Dois pontos a se destacar: Nessa época, os trabalhos exigiam muito
mais do físico do que da intelectualidade das pessoas e, a expectativa de vida
na Alemanha era um pouco acima de 50 anos de idade, ou seja, quem tivesse força
e sorte de chegar aos 70 anos, descansaria sob os auspícios do governo.
No Brasil a institucionalização da aposentadoria iniciou em 1923 e até
hoje perdura o mesmo molde de repartição onde muitos contribuem para poucos
receberem.
Com a redução da taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida,
esse sistema se tornou insustentável no Brasil e no mundo, lembrando o sistema
de pirâmide financeira, como o criado por Charles Ponzi, onde os que estão na
base da pirâmide, jamais chegarão a ponta dela.
Outro ponto que deteriora o sistema de repartição adotado no Brasil é
o alto valor de algumas aposentadorias, principalmente as dos servidores
públicos, distorcendo totalmente a função inicial desse sistema de seguridade social,
pois seguridade social, como o próprio nome revela, é para dar segurança e dignidade
à sociedade e não para privilegiar certas castas.
Em meio a tanta discussão em torno desse tema, chamo a atenção para um
detalhe: tal qual a escalação da Seleção Brasileira de Futebol, todos os
brasileiros têm o seu modelo de previdência. Pensando no Brasil e na totalidade
de seu povo? Penso que não!
Entendo que essa discussão nacional está sendo reveladora do quanto o brasileiro é mesquinho e egoísta, mostrando que o Bom Selvagem são os outros e que nós somos apenas selvagens financeiros.
Entendo que essa discussão nacional está sendo reveladora do quanto o brasileiro é mesquinho e egoísta, mostrando que o Bom Selvagem são os outros e que nós somos apenas selvagens financeiros.
A individualização da previdência entre pessoas e classes
profissionais são injustificáveis, apesar da defesa veemente dos políticos e da
mídia.
Vamos a algumas delas:
1.Os professores obtiveram diferenciação de suas aposentadorias no
período dos governos militares que buscavam apoio dessa classe tão importante
para a formação da opinião dos estudantes.
Isso perdura até hoje sob a justificativa de se tratar de um tipo de trabalho
sujeito a muita pressão física e psicológica. Quando comparamos o trabalho dos professores de ensino fundamental de uma escola particular da zona nobre de São Paulo com os dos profissionais
médicos e de enfermagem de uma Unidade de Pronto Atendimento da mesma cidade notamos que isso é injustificável!
2.As mulheres têm maior expectativa de vida e aposentam antes do que
os homens sob a justificativa, até de feministas ferrenhas, de que exercem jornada dupla (trabalho-casa). O
que dizer das mulheres solteiras que vivem a vida toda na casa dos pais? E o
pai solteiro que trabalha e cuida da casa e dos filhos?
Pois é! A discussão da previdência deve ser igualitária e justa e eu tenho a minha
fórmula que conta apenas com 2 artigos:
1.Cada pessoa que faça a sua
poupança!
É provado por estudos que as pessoas pensam no presente e em suas
conquistas imediatas relegando o seu futuro (present bias). Mesmo as pessoas mais pobres acabam realizando algum
tipo de consumo imediato não se preocupando com sua velhice.
Estudos comparativos entre os esportes coletivos e individuais mostram
que o empenho (físico e/ou psicológico) do esportista individual é maior do que
a média do empenho dos atletas do esporte coletivo.
Com um Estado menor e mais barato, as pessoas teriam condições de
melhorar suas economias para lhes dar algum tipo de segurança financeira na
velhice.
2.Trabalhar não mata!
Um fenômeno brasileiro me chama a atenção. Trabalhadores em início de
carreira contam nos dedos o tempo que resta para sua aposentadoria.
Trabalhar não mata e vemos cada vez mais pessoas acima dos 60 anos
trabalhando com tanto vigor e qualidade!
Me chama a atenção a falta de confiança da população na
classe política e no governo, mesmo assim, ela não se exime em colocar o seu
futuro e sua velhice nas mãos deles!
Enfim, o brasileiro é egoísta para lutar pelos seus “direitos” e “generoso”
ao delegar suas obrigações.