terça-feira, 9 de novembro de 2021

A imagem real e projetada de Moro

 


Em entrevista ao programa Contraponto do Brasil Paralelo de 08 de novembro, Augusto Nunes afirmou que após conhecer e conversar com o ex-juiz e agora candidato, Sérgio Moro, acreditou estar diante de alguém bem intencionado e ingênuo.

Um dia após, no Programa Pânico, o Senador Eduardo Girão do Estado do Ceará, elogiou de forma contundente a operação Lava Jato, justificando assim, a entrada de Moro para a política, pela sua conduta profissional e pessoal. Além disso, Girão acredita que a divisão que o país se encontra atualmente, seria resolvida com a eleição de Moro para a Presidência da República.

Todos os envolvidos nos comentários acima são profissionais e pessoas de ótima reputação, mas que talvez tenham dificuldade em analisar, ainda, de forma mais adequada a história de Sérgio Moro, suas relações políticas, profissionais e suas verdadeiras intenções e ambições pessoais.

Acreditar que o ex-juiz é uma pessoa ingênua, certamente é um exagero. Moro não é um garoto, trabalhou, viveu e tomou decisões sempre sob muita pressão. Claro que a política é um campo muito diferente do que o campo jurídico, mas todos são seres humanos com suas forças e fraquezas. Avaliar que Sérgio Moro é menos inteligente e sagaz que a média dos políticos brasileiros é uma ofensa grave ao ex-juiz.

Girão, que vem se posicionando de forma muito independente, o que é certamente o desejo de seus eleitores e da grande maioria dos eleitores brasileiros, parece acreditar em algo impossível: existir um personagem que possa unir o país.

O Brasil nunca foi um país unido! Em realidade apenas uma voz era ouvida! As redes sociais deram voz a maioria silenciosa que ninguém mais calará! Na minha opinião, a desunião atual é mais frutífera do que o discurso uníssimo de outrora. Falta ainda tempo para calibrar os discursos, o que me parece um pouco difícil para os próximos 20 anos.

Tenho certeza que a eleição de Moro jamais será capaz de unir todos os brasileiros sem nenhum tipo de divergência! Sérgio Moro não agrada Lulistas devido as decisões corretas tomadas ainda como juiz e, também não agrada aos Bolsonaristas, pela sensação de traição contra o Presidente.

Em um texto anterior tomei a liberdade em apresentar alguns pontos que Moro deverá esclarecer sobre sua vida e seu passado, que indubitavelmente, aparecerão durante o período eleitoral.

Acredito que nos próximos meses Moro sentirá a temperatura das eleições e acabará optando por um caminho menos tortuoso, podendo assim, sair para o senado do Estado do Paraná.

Por enquanto, vou torcendo para que eu esteja totalmente equivocado em relação a imagem que tenho plasmada de Sérgio Moro e das ocorrências da operação Lava Jato. Espero que a imagem real de Moro seja exatamente igual a imagem projetada para boa parte dos brasileiros.


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Conselhos a Sergio Moro e Deltan Dallagnol

 

Sérgio Moro e Deltan Dallagnol se afastaram do Ministério Público deixando para trás salários e benefícios invejáveis, estabilidade no emprego e a garantia de uma ótima aposentadoria, tudo para seguir carreira na política.

No MP, Moro e Dallagnol, realizaram um trabalho extraordinário descortinando esquemas que todos já conheciam, porém, por décadas intocáveis. Colocar na prisão personagens graúdos da política e dos negócios foi, sem dúvida, um ato de muita coragem e isso só foi capaz devido à parceria profícua com a imprensa que divulgava de forma histriônica cada uma das ações, resultando em apoio irrestrito da população exausta em ser subjugada pelos Donos do Poder.

Todos os possíveis excessos eram relevados, o que fez com que boa parte da opinião pública se esquecesse de que o MP era e continua sendo formado por pessoas e que, como qualquer uma, têm dentro de si interesses financeiros, ideológicos e de poder.

Ambos têm ótimos atributos e bom potencial para se elegerem à cargos legislativos, mas devem entender que na arena política enfrentarão jogadores muito hábeis e que não aceitarão a derrota de forma amigável.

Sempre que sou consultado para realizar uma pesquisa de planejamento de campanha, pergunto ao político se existe algum “cadáver no armário”. Essa informação é essencial para anteciparmos ataques e identificarmos o potencial do candidato. Moro e Dallagnol estão atentos a essa situação ou estão avaliando seu futuro pela temperatura das redes sociais e por pesquisas que não tocam em pontos sensíveis?

Pautado pelas informações da imprensa, tomo a liberdade de colocar alguns pontos que eles deverão se preparar para o futuro combate. Não detalho cada um deles, pois são casos públicos, mas muito complexos para se tratar nesse curto espaço.

Todas as acusações têm potencial de prejudicar a candidatura de ambos e agora, fora do MP, os dois poderão ter prejuízos muito grandes por não possuírem foro privilegiado, são elas:

 

1.Proteção a Álvaro Dias, FHC, PSDB e Delegado Maurício Moscardi

2.Relação com Open Society, Família Arns e Alexandre de Moraes

3.Caso Banestado e relação com Alberto Youssef

4.Denúncias de Rodrigo Tacla Duran, Hermes Magnus, Delegado Fanton e The Intercept (Vaza Jato)

5.Ações de Erika Marena, Márcio Anselmo e Roberto Leonel no COAF

6.Excessos e possíveis ilegalidades da Lava Jato

7.Saída do Governo de Jair Bolsonaro (atitudes, vazamentos e repercussão na Bolsa de Valores)

8.Disney Rosseti e operação abafa na Lava Jato no Estado de SP

9.Partido dos Procuradores e criação de Fundação com dinheiro da Lava Jato

10.Alvarez & Marsal

11.Tentativa de nomeação de PGR ligado a Lava Jato

Por sobrevivência, Moro e Deltan, precisam ser eleitos, porém, boa parte dos políticos e eleitores (Lulistas pela prisão e Bolsonaristas pela traição) estão sedentos por vingança.

Nossos estudos apontam para a dificuldade de Moro e Dallagnol se elegerem para cargos executivos (Presidente e Governador) e por isso, dou apenas mais um conselho: saia ao legislativo!