O "Nós contra Eles" de Jair Bolsonaro
Bom dia Paulo, amigos da mesa e
ouvintes da Jovem Pan.
Desde que Lula assumiu o seu
primeiro mandato em 2003, o discurso sectário do “Nós contra Eles” era algo que
me incomodava demais.
Parafraseando o próprio
ex-presidente, “nunca antes na história desse país” um governo deixou tão clara
a sua intenção em dividir a sociedade entre sexos, classes sociais, cores,
raças e regiões do Brasil.
Eu sempre denunciei que isso não passava de estratégia
para manter, através de discursos bem elaborados e benefícios públicos, esses
eleitores que são a maioria brasileira sob sua égide, enquanto beneficiava
empresários para sustentar ele, sua família e seu projeto de poder.
Expus em artigo que a tática de Lula
e o PT em alçar o pêndulo social com muita força e velocidade para o lado
esquerdo da economia e dos costumes, poderia ter resultado contrário ao
esperado por Lula E que a maioria absoluta da sociedade brasileira – liberal na
economia e conservadora nos costumes – um dia poderia se revoltar.
Com aparecimento das redes
sociais, operação Lava Jato e o surgimento de muitos movimentos e
“especialistas”, o que previ acabou acontecendo: o pêndulo social saiu da
esquerda, passou com velocidade pelo centro chegando com muita força ao lado
direito, elegendo Jair Bolsonaro, que é conservador nos costumes, porém um iniciante
sem convicção da doutrina liberal econômica.
Jair Bolsonaro tem agora a
oportunidade de unir o Brasil e os brasileiros que como todos os seres humanos
buscam por equilíbrio financeiro, espiritual, amoroso e familiar. Ninguém
aprecia solavancos e derrapadas. As pessoas odeiam os extremos!
Conclamar o apoio de todos pela
reforma da previdência, para o reestabelecimento fiscal dos governos federal,
estaduais e municipais E melhorar o ambiente econômico do país é o primeiro
passo.
Bolsonaro só foi eleito no 2º turno,
pois conseguiu convencer seus eleitores e parte de eleitores de outros
candidatos que era a melhor opção para o país. E agora, como Presidente, precisa
entender que a democracia é um sistema que depende do consenso e que consenso
depende de negociações e que negociações dependem de interesses – bons e maus.
A vida e a política são assim!
Porém, a insistência de Bolsonaro
em criminalizar a política, esquecer a necessidade de um bom relacionamento com
o congresso e persistir com um discurso belicoso que agrada apenas seus
seguidores vai desagradando a maioria silenciosa da sociedade brasileira
conforme apontam as primeiras pesquisas de 100 dias do governo.
Enfim, o discurso sectário de
Bolsonaro e seus seguidores, do “Nós contra Eles”, se assemelham e muito com o
discurso de Lula.
O pêndulo social que está no
espectro direito da sociedade, poderá fazer o movimento contrário e dessa vez,
o centro da política fará tudo para segurá-lo. João Doria parece trabalhar para
isso!