segunda-feira, 25 de março de 2019

ANÁLISE NA RÁDIO JOVEM PAN SANTOS EM 25.03.2019


O "Nós contra Eles" de Jair Bolsonaro

Bom dia Paulo, amigos da mesa e ouvintes da Jovem Pan.
Desde que Lula assumiu o seu primeiro mandato em 2003, o discurso sectário do “Nós contra Eles” era algo que me incomodava demais.
Parafraseando o próprio ex-presidente, “nunca antes na história desse país” um governo deixou tão clara a sua intenção em dividir a sociedade entre sexos, classes sociais, cores, raças e regiões do Brasil.
Eu sempre denunciei que isso não passava de estratégia para manter, através de discursos bem elaborados e benefícios públicos, esses eleitores que são a maioria brasileira sob sua égide, enquanto beneficiava empresários para sustentar ele, sua família e seu projeto de poder.
Expus em artigo que a tática de Lula e o PT em alçar o pêndulo social com muita força e velocidade para o lado esquerdo da economia e dos costumes, poderia ter resultado contrário ao esperado por Lula E que a maioria absoluta da sociedade brasileira – liberal na economia e conservadora nos costumes – um dia poderia se revoltar.
Com aparecimento das redes sociais, operação Lava Jato e o surgimento de muitos movimentos e “especialistas”, o que previ acabou acontecendo: o pêndulo social saiu da esquerda, passou com velocidade pelo centro chegando com muita força ao lado direito, elegendo Jair Bolsonaro, que é conservador nos costumes, porém um iniciante sem convicção da doutrina liberal econômica.
Jair Bolsonaro tem agora a oportunidade de unir o Brasil e os brasileiros que como todos os seres humanos buscam por equilíbrio financeiro, espiritual, amoroso e familiar. Ninguém aprecia solavancos e derrapadas. As pessoas odeiam os extremos!
Conclamar o apoio de todos pela reforma da previdência, para o reestabelecimento fiscal dos governos federal, estaduais e municipais E melhorar o ambiente econômico do país é o primeiro passo.
Bolsonaro só foi eleito no 2º turno, pois conseguiu convencer seus eleitores e parte de eleitores de outros candidatos que era a melhor opção para o país. E agora, como Presidente, precisa entender que a democracia é um sistema que depende do consenso e que consenso depende de negociações e que negociações dependem de interesses – bons e maus. A vida e a política são assim!
Porém, a insistência de Bolsonaro em criminalizar a política, esquecer a necessidade de um bom relacionamento com o congresso e persistir com um discurso belicoso que agrada apenas seus seguidores vai desagradando a maioria silenciosa da sociedade brasileira conforme apontam as primeiras pesquisas de 100 dias do governo.
Enfim, o discurso sectário de Bolsonaro e seus seguidores, do “Nós contra Eles”, se assemelham e muito com o discurso de Lula.
O pêndulo social que está no espectro direito da sociedade, poderá fazer o movimento contrário e dessa vez, o centro da política fará tudo para segurá-lo. João Doria parece trabalhar para isso!