terça-feira, 28 de julho de 2020

A Educação Tupiniquim

MT | Famílias de adolescentes que agredirem professores será ...


Na década de 50, o jurista e educador brasileiro, Anísio Teixeira, percebeu que das 8 milhões de crianças em idade escolar, apenas 300 mil conseguiam fechar o ciclo educacional. A partir desses dados, em 1961, Teixeira iniciou o planejamento da educação integral no Brasil através da criação de fundos diversos que seriam administrados por civis, eleitos e supervisionados pela comunidade. A ideia de Teixeira era a descentralizando do sistema público de educação no Brasil.
Em 1964, com a entrada dos militares no poder, as ideias de Teixeira foram abandonadas, porém, 30 anos depois, o Ministro da Educação, Paulo Renato, resgatou a ideia de Teixeira com a criação do FUNDEF, atrelando o financiamento público ao número de alunos matriculados na educação fundamental, porém, centralizando as decisões da educação brasileira em Brasília.
Como o insucesso escolar do aluno, ou seja, a repetência, é comprovadamente o maior fator de abandono da escola e como as prefeituras e estados recebiam financiamento por alunos matriculados, a solução mais fácil para o gestores municipais e estaduais para não perderem verbas, foi incentivar a progressão continuada, passando o aluno sem nenhum tipo de preparo, destruindo a qualidade do ensino.
Em 2006, o governo Lula criou o FUNDEB aumentando a abrangência do Estado sobre a educação e consequentemente, o financiamento. Como as regras de repasse se mantiveram, o grande problema da educação pública, que é a baixa qualidade do ensino, se perpetuo.
Todos os estudos independentes mostram que conforme foi aumentando o investimento na educação brasileira nos últimos 30 anos, a qualidade e os resultados vieram caindo de forma drástica, ou seja, a solução não é e nunca foi mais dinheiro.
Hoje em dia, 60% dos funcionários da educação pública estão fora da escola, na burocracia, gerenciando 176 bilhões de reais.
Os professores, os alunos e o país são vítimas desse sistema falido e os vencedores são os administradores desses bilhões e os corruptos que aproveitaram para criar diversos produtos que atendessem demandas sem importância para a formação das crianças.
Mas o que a sociedade acha de tudo isso? Nos últimos 10 anos de pesquisas realizadas aqui pelo Instituto IBESPE, em nenhum deles o tema Educação ficou entre as 5 prioridades nas cidades para os entrevistados e sempre que o tema educação é citado com necessidade de melhoria, o tema qualidade no ensino, fica sempre em último lugar.
Bolsonaro tentará capitalizar a constitucionalização do FUNDEB para as eleições de 2022, aumentando o número de escolas cívico-militares, uma de suas promessas de campanha e o resultado é bem previsível!
A soma de uma educação vergonhosa com uma Constituição totalmente falida, manterá o estamento burocrático vivendo às custas do Governo, professores com baixos salários e alunos cada vez mais ignorantes e despreparados.
O grande brasileiro, Anísio Teixeira, foi preso e morto pelo Regime Militar em 1971 e a social democracia e o positivismo conseguirão perpetuar a educação vergonhosa do jeito que temos hoje.

sábado, 18 de julho de 2020

A "Idiocracia" brasileira

Felipe Neto, no New York Times: “Bolsonaro é o pior presidente do ...


A derrota por 7 a 1 na Copa de 2014, em pleno solo brasileiro, foi mais do que um simples momento vergonhoso do futebol nacional. O resultado evidenciou que há muitos anos a Seleção Canarinho deixara de ser uma grande força mundial, apesar da mídia e da opinião pública brasileira insistirem nessa tese.
Nos últimos 30 anos, a cegueira nacional não atingiu apenas o esporte. Nas artes, na cultura, na imprensa e principalmente na academia, a exaltação à mediocridade transformou o Brasil em uma sociedade imbecilizada, que odeia o conhecimento, que maltrata a língua portuguesa, que despreza a meritocracia, que destrói as universidades públicas e que ridiculariza aqueles que buscam pelo aperfeiçoamento pessoal.
Um bom exemplo disso foi a repercussão positiva dada pela mídia e por personalidades brasileiras à entrevista concedida pelo youtuber Felipe Neto ao jornal New York Times.
A desonestidade intelectual dessas pessoas que aplaudiram o youtuber deixou muito claro que mais importante do que a qualidade do interlocutor e a veracidade de suas opiniões, é a imposição do projeto de poder progressista no Brasil e no mundo.
Felipe Neto precisa ter consciência de que ele é apenas uma peça do jogo tramado pela esquerda e o estamento burocrático para voltar ao poder e que após usarem a sua influência sobre os seus 30 milhões de seguidores, quase na totalidade jovens, será jogado ao ostracismo como fizeram com Leon Trotsky em 1940.
O grande problema é que a esquerda brasileira de hoje é fruto dessa sociedade imbecilizada, que faz com que ela seja incapaz de perceber que atualmente os jovens de 16 a 24 anos representam menos de 10% do eleitorado brasileiro e a cada ano, representarão uma fatia cada vez menor dos eleitores, sem contar que ao crescerem e ir aumentando a sua responsabilidade com a vida, a tendência de abandonar sonhos revolucionários aumentará proporcionalmente.
Acreditar que Felipe Neto será a virada de chave na política nacional é pura burrice, ovacionar seus ataques ao Brasil em um dos jornais mais importantes do mundo, deveria ser crime de lesa pátria!

domingo, 12 de julho de 2020

O Liberalismo pós MBL

Bizarro, MBL informa que primeira dama teve “contato direto” com ...

Desde o início da República e principalmente a partir da promulgação da Constituição de 1988, o Brasil vem sendo forjado para ser um país com social-democrata.
Esse ciclo histórico e vicioso criou e vem educando a população a se portar de forma acomodada, a ponto de aceitar pagar altos impostos para o governo em troca de péssimos serviços, enquanto o estamento burocrático e os políticos, aqueles que teoricamente deveriam administrar de forma eficiente os recursos, vivem com incontáveis privilégios.
O país chegou ao chamado limite contributivo, ou seja, a população não tem mais capacidade financeiramente para pagar pelos impostos e o Estado, por outro lado, tenta manter suas benesses.
Por causa dessa realidade, há muito tempo temos a necessidade de um sopro liberal, com a redução do tamanho do Estado, da sua interferência na vida das pessoas e assim, trabalhar com mais eficiência, apenas onde ele, o Estado, é imprescindível.
O Movimentando Brasil Livre, o MBL, surgiu em um momento em que todos pediam por isso e unido com outros tantos movimentos e a participação voluntária de muitas pessoas que acreditaram em sua lisura, capitanearam as manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Toda essa representatividade resultou em reconhecimento político, elegendo alguns de seus protagonistas para cargos importantes, o que trazia maior esperança pela busca do objeto fim: mais liberdade econômica e individual para os brasileiros.
A ambição, a soberba e a desonestidade intelectual típicas de alguns movimentos sociais e alguns políticos transformaram o MBL em apenas mais um grupo que segue para um fim trágico.
O liberalismo praticado pelo MBL é bem diferente daquele em que muitos brasileiros como eu um dia acreditaram e acreditar que a solução para os males causados por esse grupo a uma linha de pensamento, é aceitar que o Estado deve ad aeternum comandar a sua vida.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Decotelli e a educação brasileira

Decotelli atualiza currículo com cargo de ministro da Educação | VEJA


Após a misteriosa exoneração do Ministro Abraham Weintraub, Bolsonaro iniciou a busca por um nome para ocupar a vaga de Ministro da Educação. O Presidente parece sempre usar a mesma tática: deixa vazar nomes para a grande mídia e assim, ir sentindo a temperatura da opinião pública, até tomar sua decisão.
Nesse caso específico, o Presidente tinha alguns cuidados a serem tomados. Bolsonaro deveria achar um nome que agradasse os eleitores conservadores que tinham muito respeito pelo ex-ministro Weintraub e sua guerra ideológica dentro do MEC que tem hoje mais de 300 mil funcionários, sendo 100 mil colocados nos governos petistas. O Presidente deveria descobrir alguém com capacidade técnica comprovada e que tivesse um perfil menos tempestivo que o ex-ministro para assim, tentar avançar a sua agenda conservadora na educação, em uma velocidade mais palatável.
Seguindo esses passos, Bolsonaro nomeou em 25 de junho, Carlos Alberto Decotelli.
Em apenas 5 dias, Decotelli foi exonerado de forma vexaminosa, para ele e para o país. O currículo apresentado por Decotelli para se mostrar apto a assumir o cargo, constavam mais do que inconsistências. O ex-ministro cometeu crime de falsidade ideológica, de acordo com o artigo 299 do código penal, após adulterar documento privado para obter algum tipo de vantagem. Ele afirmou em seu currículo de forma mentirosa ter sido professor titular da Faculdade Getúlio Vargas, ter doutorado na Universidade de Rosário da Argentina e pós-doutorado na Universidade de Wüppertal da Alemanha.
Quando todos achavam que Decotelli havia chegado ao fundo do poço, ele conseguiu afundar ainda mais! Este senhor tentou culpar a mídia e a sociedade pelo seu crime, ao insinuar de forma subliminar que foi vítima por causa da cor da sua pele.
Tentar culpabilizar o Presidente e o Governo pela nomeação do ex-ministro não é correto! Tanto eles, como a sociedade foram vítimas de um crime cometido por alguém que conhece a triste realidade brasileira de valorizar posses, títulos e diplomas, deixando sempre em segundo plano o conhecimento, a cultura e os valores morais.
O Estado sabe que a maioria dos brasileiros veem a escola em nível fundamental e médio como um local onde possam deixar seus filhos de forma segura, com uniformes e alimentos, colocando em segundo plano a qualidade do ensino. De acordo com as pesquisas aqui do Instituto IBESPE, os eleitores pedem cada vez mais por escolas em tempo integral, não para terem filhos mais capazes para encarar uma vida profissional, mas para terem mais tempo para se dedicar ao trabalho ou outros afazeres.
Já no ensino superior, o Estado sabe que o brasileiro valoriza o diploma, como se isso fosse um passaporte para o sucesso profissional e por isso criou programas como o PROUNI e hoje temos 6 vezes mais matrículas anuais do que há 40 anos atrás, resultando em muita gente com diploma, porém, sem a mínima qualificação.
Decotelli foi jogado na lata do lixo da história e se você se preocupa com a educação do Brasil saiba que ela não melhorará enquanto os pais terceirizarem essa função ao Estado.