Na década de 50, o jurista e
educador brasileiro, Anísio Teixeira, percebeu que das 8 milhões de crianças em
idade escolar, apenas 300 mil conseguiam fechar o ciclo educacional. A partir
desses dados, em 1961, Teixeira iniciou o planejamento da educação integral no
Brasil através da criação de fundos diversos que seriam administrados por
civis, eleitos e supervisionados pela comunidade. A ideia de Teixeira era a descentralizando
do sistema público de educação no Brasil.
Em 1964, com a entrada dos
militares no poder, as ideias de Teixeira foram abandonadas, porém, 30 anos
depois, o Ministro da Educação, Paulo Renato, resgatou a ideia de Teixeira com
a criação do FUNDEF, atrelando o financiamento público ao número de alunos matriculados
na educação fundamental, porém, centralizando as decisões da educação
brasileira em Brasília.
Como o insucesso escolar do aluno,
ou seja, a repetência, é comprovadamente o maior fator de abandono da escola e como
as prefeituras e estados recebiam financiamento por alunos matriculados, a
solução mais fácil para o gestores municipais e estaduais para não perderem verbas,
foi incentivar a progressão continuada, passando o aluno sem nenhum tipo de
preparo, destruindo a qualidade do ensino.
Em 2006, o governo Lula criou o
FUNDEB aumentando a abrangência do Estado sobre a educação e consequentemente,
o financiamento. Como as regras de repasse se mantiveram, o grande problema da
educação pública, que é a baixa qualidade do ensino, se perpetuo.
Todos os estudos independentes
mostram que conforme foi aumentando o investimento na educação brasileira nos
últimos 30 anos, a qualidade e os resultados vieram caindo de forma drástica,
ou seja, a solução não é e nunca foi mais dinheiro.
Hoje em dia, 60% dos funcionários
da educação pública estão fora da escola, na burocracia, gerenciando 176
bilhões de reais.
Os professores, os alunos e o país
são vítimas desse sistema falido e os vencedores são os administradores desses bilhões
e os corruptos que aproveitaram para criar diversos produtos que atendessem
demandas sem importância para a formação das crianças.
Mas o que a sociedade acha de
tudo isso? Nos últimos 10 anos de pesquisas realizadas aqui pelo Instituto
IBESPE, em nenhum deles o tema Educação ficou entre as 5 prioridades nas
cidades para os entrevistados e sempre que o tema educação é citado com
necessidade de melhoria, o tema qualidade no ensino, fica sempre em último
lugar.
Bolsonaro tentará capitalizar a
constitucionalização do FUNDEB para as eleições de 2022, aumentando o número de
escolas cívico-militares, uma de suas promessas de campanha e o resultado é bem
previsível!
A soma de uma educação vergonhosa
com uma Constituição totalmente falida, manterá o estamento burocrático vivendo
às custas do Governo, professores com baixos salários e alunos cada vez mais
ignorantes e despreparados.
O grande brasileiro, Anísio Teixeira,
foi preso e morto pelo Regime Militar em 1971 e a social democracia e o
positivismo conseguirão perpetuar a educação vergonhosa do jeito que temos
hoje.
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