
Esse movimento iniciado em 1997 foi uma resposta ao descumprimento do
perfil municipalista da Constituição de 1988.
Isso aconteceu, porque ano a ano o Governo Federal foi criando
contribuições, ou seja, impostos sobre a sociedade sem a devida divisão com
Estados e Municípios.
Após 30 anos, temos a concentração de 65% da arrecadação de impostos
para o Governo Federal, cerca de 20% para os Estados e apenas 15% para os
municípios.
Fora isso, os municípios tiveram a imposição de muitas obrigações,
principalmente sociais (educação e saúde) o que resultou nos últimos anos o
aumento de 53% do número de servidores municipais enquanto a população aumentou
apenas 12%.
Claro que temos casos de mau uso do dinheiro público, corrupção,
cabide de empregos, mas a verdade é que em três décadas, os munícipios só não
quebram porque o Governo Federal em algum momento atende demandas pontuais.
Para se ter uma ideia, 60% dos municípios têm o FPM – Fundo de
Participação dos Municípios, um repasse do Governo Federal, como maior fonte de
arrecadação.
O Governo Federal se transformou em um grande banco e os municípios
mendigos e como diz o ditado popular “Manda quem tem dinheiro”, o Governo
Federal usa e abusa desse poder sobre os municípios, interferindo em eleições,
por exemplo.
Até então, todas as Marchas de Prefeitos tiveram o mesmo perfil:
Prefeitos com o “pires na mão”, mostrando as dificuldades e saindo de lá com a
promessa de alguns repasses, nada planejado!
Dessa vez aparece algo novo no ar.
Em pouco mais de 30 minutos, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, deu
uma aula de como um país deve ser organizado, da necessidade do tão falado
Pacto Federativo e principalmente da transferência do dinheiro hoje de dentro
dos gabinetes de Brasília para os municípios onde ficam os brasileiros.
Um dos argumentos contra essa concentração de receitas nas mãos dos
municípios é de que haveria muita corrupção. Concordo, que teríamos mais
possibilidade de casos de desvios, porém, além da fiscalização dos Tribunais de
Contas e do Ministério Público, nas cidades o enriquecimento de algum agente
público é facilmente notado pela população e com grande possibilidade de
denúncia.
Já em Brasília isso é quase impossível!
Alguém conhecia Pedro Baruso que devolveu cerca de 200 milhões de
reais a Operação Lava Jato?
Enfim, o plano de Paulo Guedes transformará as relações políticas e
econômicas do país dando aos Prefeitos hoje muito cobrados a possibilidade de
trabalhar.
E aquele que não se mostrar competente, será julgado nas urnas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário