No dia 06 de setembro em artigo publicado no Jornal O Estado de São Paulo, o ex-presidente FHC disse que foi um erro a aprovação da Emenda Constitucional nº 16 em 1997 beneficiando a todos os cargos executivos – Presidente, Governadores e Prefeitos – poderem ser reeleitos por mais um mandato de 4 anos.
FHC disse que o instituto da
reeleição fez com que os executivos no poder ficassem tentados a terem projetos
autoritários para poder se manter no cargo.
Precisamos primeiro entender quais
seriam os pontos positivos e negativos da reeleição.
Em um país continental, com
tantas divisões de poder e burocrático dificilmente um executivo consegue cumprir
seu plano de governo. É muito natural uma obra ficar por anos esperando por uma
autorização ambiental ou um projeto ficar parado no legislativo esperando pela
boa vontade dos congressistas. A reeleição é positiva, pois dá tempo ao gestor
conhecer a realidade do governo, planejar e executar.
Essa não é só a minha opinião,
mas também a opinião do próprio FHC em entrevista ao jornalista Augusto Nunes,
há menos de 5 anos atrás.
Por outro lado, se o executivo
reeleito não oxigena sua equipe de governo, vemos uma queda de qualidade muito
grande no 2º mandato, o que é muito ruim para uma cidade, Estado ou país e
principalmente ao executivo, pois a última imagem é a que fica no imaginário do
eleitor.
Quando FHC cita que o gestor
faria de tudo para se manter no cargo, ele finge ignorar que quem está na cadeira
leva muita vantagem, pois tem condições de realizar o que a população espera,
enquanto os opositores, ficam apenas no discurso.
Outro ponto que FHC finge
desconhecer é que a eleição de um sucessor é sempre mais complicada e custosa,
basta ver os absurdos que ocorreram na campanha eleitoral de Dilma Rousseff em
2010.
FHC mente duas vezes! A primeira
quando não assume que houve compra de votos, mesmo diante de tantas revelações
e que essa atitude foi visando apenas beneficiar a ele mesmo.
Se FHC fosse tão altruísta como
hoje ele tenta se passar, ele aceitaria indicar José Serra, por exemplo, como o
seu candidato, ao invés de comprar votos no congresso.
A segunda mentira é o porque
dessa mudança de postura de FHC! Está claro de que o problema é a falta de
nomes para fazer frente a Jair Bolsonaro em 2022. Nenhum dos nomes testados até
agora conseguiu ganhar a simpatia dos eleitores e por isso mesmo, FHC lança a
última cartada com o apoio da imprensa, STF e deputados.
Se por um lado, FHC vai contra a
reeleição de Bolsonaro que é constitucional, por outro lado, não dá um pio
sobre a tentativa inconstitucional de Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia tentarem a
reeleição no Senado e na Câmara Federal.
FHC deu início a um movimento que
certamente terá repercussão, pois interessa a muitas pessoas a saída de Bolsonaro
antes de 2022, mas cabe a mim perguntar: Tá legal FHC, mas o Sr já combinou com
o povo?
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