Na manhã do dia 24 de abril, o
agora ex-Ministro da Justiça, Sérgio Moro, em rede nacional, comunicou a sua
exoneração fazendo graves acusações contra o Presidente da República e por
volta das 16h do mesmo dia, o Procurador Geral da República, Augusto Aras, abriu
inquérito e enviou para o STF para que seja apurada a eventual ocorrência dos
crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia
administrativa, prevaricação, obstrução de justiça, corrupção passiva
privilegiada contra o Presidente, o que poderá gerar até um processo de
impeachment e denunciação caluniosa e crime contra honra, caso as acusações de
Moro sejam infundadas.
Um fato interessante poderá
ocorrer no dia 27 de abril, onde o Ministro Celso de Mello do STF, analisará o
caso. Temos ciência de que não há simpatia dos Ministros do STF com relação ao
Presidente Jair Bolsonaro nem muito menos por Sérgio Moro.
Nesse mesmo pronunciamento,
Sérgio Moro, informou que o fator que condicionou a aceitação de abandonar a
Magistratura para ser Ministro da Justiça foi a concordância de Bolsonaro em
pagar pensão vitalícia à sua família, caso ocorresse algo contra sua vida no
exercício do cargo. Não há legislação que atenda essa solicitação, o que torna
o pedido de Moro um ato ilegal, soando muito estranho para alguém que conquistou
tal reputação e também a aceitação de Bolsonaro, um presidente eleito
defendendo transparência.
Outro ponto a se destacar na fala
de Moro é dizer que vinha há muito tempo, mais precisamente, desde agosto de
2019, sendo pressionado por Bolsonaro para ter acesso a processos, o que vai
contra as suas afirmações anteriores de total independência divulgadas na
mídia.
Jair Bolsonaro no final da tarde
do mesmo dia 24 de abril, convocou a imprensa para contra-atacar as acusações
de Sérgio Moro, destacando assuntos adjacentes e sem importância, tais como o
aquecimento da piscina do Palácio e, apesar de negar ter solicitado informações
sobre inquéritos, assumiu querer ter acesso aos processos do Caso Adélio Bispo,
do Porteiro e de seu filho Renan, ou seja, ao invés de se explicar, Bolsonaro complicou
ainda mais a sua imagem.
Após a troca de acusações
iniciou-se uma guerra de narrativas contra e favor de Bolsonaro e Sérgio Moro.
Os defensores de Bolsonaro atacando Moro pela sua postura a favor do
desarmamento, pró-aborto e progressismo, temas que vão contra as bandeiras
defendidas por Jair Bolsonaro desde a sua campanha. Já os defensores de Sérgio
Moro, apoiaram o vazamento das suas conversas para a imprensa e já lançam Moro
como candidato à presidência em 2022. Lembro que os mesmos que comemoraram o
vazamento de Sérgio Moro dos áudios de Dilma e Lula, agora foram vítimas da
mesma artimanha.
Quem está com a razão só o tempo
dirá, mas temos que deixar claro que ambos se beneficiaram um do outro.
Bolsonaro sabia dos posicionamentos de Moro, mas preferiu aproveitar a sua boa
reputação para dar mais peso moral ao seu Governo. Por outro lado, Moro, apesar
de ser contra as bandeiras de Bolsonaro aproveitou a oportunidade para buscar
novos desafios profissionais, seja na política ou no STF.
A lição que fica é que os
brasileiros, apesar de todo acesso a informações e com a possibilidade de
conhecer melhor os políticos, continuam a ver a política de forma muito emocional
e esquecem que políticos são seres humanos, com ambições profissionais,
pessoais e financeiras e agem como personagens em busca da aceitação dos
eleitores.
Se você já escolheu um lado
(Bolsonaro ou Moro), pense por um minuto em duas questões:
1.Quando você pensa em tomar uma
atitude, você coloca os seus interesses e de sua família em primeiro lugar ou
pensa nos outros 210 milhões de brasileiros?
2.Você até o final da sua vida tomará
decisões sem analisar as suas ambições pessoais, profissionais e financeiras ou
pensará em primeiro lugar nos outros 210 milhões de brasileiros?
Nesse simples teste de lógica,
notamos que se você priorizaria você e sua família, porque você tem a total
certeza de que Bolsonaro e Moro só têm interesses republicanos?
O Brasil não tem e não precisa de
Mitos nem Heróis, pois eles não existem!
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