Após parafrasear Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda
Nazista, tendo ao fundo a ópera “Lohegrin”, de Richard Wagner, a preferida de
Adolf Hitler, o Secretário da Cultura do Governo Federal, Roberto Alvim,
anunciou o Prêmio Nacional das Artes e acabou sendo exonerado pelo Presidente Jair
Bolsonaro.
A demissão foi justa, pois alegar ignorância sobre a
verossimilhança dessa peça publicitária com o Nazismo é demonstrar total
incapacidade para ocupar um cargo em qualquer nível da República.
Por outro lado, usufruir dessa atitude desqualificada de um
membro do Governo para insinuar que Bolsonaro e sua equipe são simpatizantes do
Nazismo é desonestidade, afinal, o Governo é composto por muitas pessoas, sendo
algumas delas de origem judaica, maiores vítimas da insanidade de Hitler.
Porém, em uma sociedade polarizada, onde o Governo precisa de paz para
governar, abre espaço para a oposição aprofundar essa narrativa.
É muito importante ressaltar que a cultura vem sendo usada há
muitos anos como máquina de propaganda e domínio, à direita e à esquerda.
No documentário “El Pepe, uma vida suprema”, que trata dos
últimos dias de governo do ex-presidente do Uruguai, o socialista José Mujica,
o próprio faz questão de explicitar a importância de dominar a educação e a
cultura para a formação de um pensamento único e de longo prazo.
O Brasil deve tirar algumas lições desse triste episódio da
semana passada:
A primeira lição é entender por que a população aceita de
forma incólume a administração tanto da Cultura como do Esporte nas cidades,
nos estados e no país.
Na maior democracia do mundo, os Estados Unidos da América, por
exemplo, não existem essas duas pastas governamentais e nem incentivos públicos
financeiros para a sua propagação e, certamente por isso, são fontes de geração
de muitos empregos, reconhecimento e riqueza!
Por outro lado, aqui no Brasil, só 2014, quando ainda
tínhamos o Ministério da Cultura, o custeio da máquina e os incentivos da Lei
Rouanet custaram quase 2 bilhões de reais aos cofres públicos sem o devido
sucesso ou reconhecimento.
Hoje em dia o ator Paulo Gustavo com o filme Minha Mãe é uma
Peça 3 ensina a todos como ter reconhecimento pessoal, profissional e
financeiro sem receber 1 centavo de dinheiro público, ou seja, o que é bom, não
precisa de muletas governamentais.
Nas palavras do excelente ator Juca de Oliveira, a Lei
Rouanet foi uma desgraça para o teatro brasileiro, afinal, não necessita haver
esforço em busca de reconhecimento do público e consequentemente o
reconhecimento financeiro da bilheteria.
A segunda lição é entender por que Bolsonaro autoriza
Ministros de Estado, Secretários, entre outros, ficarem buscando protagonismo
nas redes sociais e na imprensa.
A função desses profissionais é gerirem a máquina pública com
respeito aos valores democráticos, ao dinheiro público e também ao Presidente
que foi eleito por 57 milhões de brasileiros que esperam mais do que discursos,
esperam soluções.
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