segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

O Nazismo cultural

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Após parafrasear Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda Nazista, tendo ao fundo a ópera “Lohegrin”, de Richard Wagner, a preferida de Adolf Hitler, o Secretário da Cultura do Governo Federal, Roberto Alvim, anunciou o Prêmio Nacional das Artes e acabou sendo exonerado pelo Presidente Jair Bolsonaro.
A demissão foi justa, pois alegar ignorância sobre a verossimilhança dessa peça publicitária com o Nazismo é demonstrar total incapacidade para ocupar um cargo em qualquer nível da República.
Por outro lado, usufruir dessa atitude desqualificada de um membro do Governo para insinuar que Bolsonaro e sua equipe são simpatizantes do Nazismo é desonestidade, afinal, o Governo é composto por muitas pessoas, sendo algumas delas de origem judaica, maiores vítimas da insanidade de Hitler. Porém, em uma sociedade polarizada, onde o Governo precisa de paz para governar, abre espaço para a oposição aprofundar essa narrativa.
É muito importante ressaltar que a cultura vem sendo usada há muitos anos como máquina de propaganda e domínio, à direita e à esquerda.
No documentário “El Pepe, uma vida suprema”, que trata dos últimos dias de governo do ex-presidente do Uruguai, o socialista José Mujica, o próprio faz questão de explicitar a importância de dominar a educação e a cultura para a formação de um pensamento único e de longo prazo.
O Brasil deve tirar algumas lições desse triste episódio da semana passada:
A primeira lição é entender por que a população aceita de forma incólume a administração tanto da Cultura como do Esporte nas cidades, nos estados e no país.
Na maior democracia do mundo, os Estados Unidos da América, por exemplo, não existem essas duas pastas governamentais e nem incentivos públicos financeiros para a sua propagação e, certamente por isso, são fontes de geração de muitos empregos, reconhecimento e riqueza!
Por outro lado, aqui no Brasil, só 2014, quando ainda tínhamos o Ministério da Cultura, o custeio da máquina e os incentivos da Lei Rouanet custaram quase 2 bilhões de reais aos cofres públicos sem o devido sucesso ou reconhecimento.
Hoje em dia o ator Paulo Gustavo com o filme Minha Mãe é uma Peça 3 ensina a todos como ter reconhecimento pessoal, profissional e financeiro sem receber 1 centavo de dinheiro público, ou seja, o que é bom, não precisa de muletas governamentais.
Nas palavras do excelente ator Juca de Oliveira, a Lei Rouanet foi uma desgraça para o teatro brasileiro, afinal, não necessita haver esforço em busca de reconhecimento do público e consequentemente o reconhecimento financeiro da bilheteria.
A segunda lição é entender por que Bolsonaro autoriza Ministros de Estado, Secretários, entre outros, ficarem buscando protagonismo nas redes sociais e na imprensa.
A função desses profissionais é gerirem a máquina pública com respeito aos valores democráticos, ao dinheiro público e também ao Presidente que foi eleito por 57 milhões de brasileiros que esperam mais do que discursos, esperam soluções.

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