Pelo
2º ano consecutivo Portugal foi considerado o “melhor destino do mundo” para se
fazer turismo.
Precipitadamente,
algumas pessoas julgam essa premiação devido a sua posição geográfica, pois
desconhecem o trabalho realizado há mais de 10 anos com o objetivo de
posicionar Portugal como um destino seguro, com temperaturas agradáveis, ótima
gastronomia e muita história.
A
realização de marketing territorial para fazer com que os turistas de todo o
mundo vissem Portugal dessa forma e fizessem visitas de qualidade ao país,
transformou o turismo na principal fonte de trabalho e renda em nossa
pátria-irmã.
Cidades
como Lisboa, Porto, Faro, entre outras, realizaram e realizam pesquisas etnográficas
e de mercado para entender como são vistas pelos visitantes, ou seja, qual a
imagem que as pessoas têm dessas cidades e avaliam como se posicionar, ou seja,
como elas querem serem vistas pelos turistas de qualidade.
Pensando
como uma empresa, essas cidades desejam ser vistas como uma marca por turistas
que consumam de forma consciente, respeitem a sua cultura e história e que se adaptem
ao modus vivendi delas.
O
que Portugal descobriu é que o retorno financeiro do turismo não está na
quantidade de pessoas, mas na qualidade delas.
Essa
não é uma tarefa simples, afinal, em um mundo cada vez mais globalizado, o
desafio para conquistar turistas equivale a conquistar consumidores para uma
marca.
O
Brasil e principalmente o litoral de São Paulo ignoram essa realidade e
continuam medindo os resultados a partir da quantidade de pessoas que visitam
suas cidades.
A
falta de visão dos agentes públicos faz com que a oportunidade de transformar a
cidade em um destino realmente turístico, dá margem para a recepção de milhões
de pessoas que desrespeitam a cultura, as leis de trânsito, a lei do silêncio,
depredando patrimônio histórico, gerando lixo, causando acidentes e por fim
usufruindo da saúde pública municipal.
A
equação entre os recursos deixados pelos visitantes e os custos gerados em
todas essas ações predatórias jamais são calculados.
Não
se trata de nenhum tipo de preconceito contra esse ou aquele visitante, porém,
se as cidades brasileiras desejam ver realmente o resultado do turismo como
negócio, deverão fazer como as cidades portuguesas.
As
cidades têm o poder de legislar para obstruir atitudes dos maus visitantes,
favorecendo a vinda, a permanência e o retorno dos bons visitantes.
No
primeiro ou segundo ano, as cidades poderão ter queda na arrecadação com o
turismo, mas a insistência em fazer o que é certo e do jeito certo, gerará
resultados sustentáveis.
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