No último dia 7, o Ministro da
Economia Paulo Guedes, em palestra na Escola Brasileira de Economia e Finanças
da Fundação Getúlio Vargas, declarou: “O hospedeiro está morrendo, o cara virou
um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”.
A fala de Guedes foi tirada do
contexto de sua defesa pela Reforma Administrativa, onde ele demonstrava que os
servidores públicos tiveram aumentos salariais que chegam a 50% acima da
inflação e que o Estado não tem mais condição de bancar o tamanho das folhas de
pagamento seja na União, Estados ou Municípios.
Tentar deduzir que Guedes disse literalmente
que todos os servidores públicos são parasitas é um exagero e certamente, se
tomarmos o cuidado de conversar com muitos servidores de carreira para entender
como eles enxergam o Estado como patrão teremos, além da reclamação dos baixos
salários, a incapacidade do reconhecimento por parte dos Governos dos
servidores que se esforçam para ter uma carreira mais brilhante, não há
motivação para ser cada vez melhor, mais produtivo, pois o reconhecimento
salarial não é colocado em discussão.
Boa parte dos servidores reclamam
do número excessivo de outros servidores sem nenhum tipo de comprometimento,
que acabam manchando a imagem dos servidores como um todo e também de alguns
que recebem altos salários, pura e simplesmente, pela aproximação com aquele
que possui a caneta no momento.
A reforma administrativa é
necessária, mas temos que tomar cuidado ao pensar em acabar com a estabilidade
do emprego dessa carreira, afinal, o Estado brasileiro poderá ter mudanças
totais a cada 4 anos, colocando um novo grupo no poder, que sabendo que sua
passagem pode ser curta, terá mais chances de trabalhar de forma desconexa com
a realidade, mirando sempre nas eleições e mais propensos a atos de corrupção.
Por outro lado, termos
estabilidade da forma que temos hoje, também abre caminho para os mesmos
pecados, pois se não há motivação para ganhar mais por produtividade e
qualidade do serviço prestado, e o ser humano tem seus egoísmos e vaidades,
trabalhar de forma letárgica, sempre tentando a aproximação com o político
mandatário do momento para tentar responder por um cargo com maior remuneração
ou se corromper, não é um caso isolado.
Guedes não exagerou dizendo que o
hospedeiro está morrendo, por isso, a Reforma Administrativa é urgente!
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