Pensar em projetos e políticas que vão de encontro aos anseios da
população é sempre benéfico, mas o desprezo ao planejamento e a previsibilidade
das instituições faz com que governos populistas prejudiquem o futuro de uma
cidade, Estado ou Nação.
O Brasil e a América Latina vêm experimentando por muitos anos esse
tipo de administração que iniciam e permanecem por algum tempo com avaliações de
governo exorbitantes e depois, assistem de camarote o governo sucessório
tentando, sob vaias, consertar os desmandos do governo passado.
Governos populistas governam pensando nas próximas eleições e o
saudosismo dos governos populistas faz com que eleitores sempre os coloquem em
vantagem nas próximas eleições.
Kichner na Argentina, Chavez na Venezuela e Lula no Brasil são apenas
alguns exemplos recentes de governos populistas que passaram e ainda passam
para alguns a falsa impressão de terem sido bons para o país.
Na verdade, além de prejudicar as finanças, fizeram algo ainda pior:
condicionaram pavlovianamente a
população de seus países a acharem que o governo pode tudo.
Importante lembrar que todos eles foram eleitos através de eleições
democráticas onde a população exerceu a sua soberania através do voto e, por
outro lado, foram contestados em algum momento através da liberdade de
expressão, outro pilar da democracia.
Esse descompasso prejudica a imagem da democracia como sistema de governo!
Notamos, através de pesquisas, que existe certo descontentamento com a
democracia brasileira e da América Latina.
Esse descontentamento provém da percepção de que mais liberdade de
opinião e eleições diretas para todos os cargos, não foram capazes de melhorar
a qualidade de vida das pessoas.
O problema não reside na democracia, mas sim no populismo que traz uma
sensação rápida de bem-estar, deixando um legado negativo logo a frente.
Quem não se lembra das capas da revista inglesa The Economist em 2009 (Lula)
e 2013 (Dilma), onde na primeira o Cristo Redentor decolava e na segunda o
Cristo caía?
O populismo é ilógico, mas tem método!
Um exemplo recente da sua capacidade de destruição foi a revolta dos
caminhoneiros de 2018.
Ela foi gestada a partir da atitude populista dos governos Lula e
Dilma que disponibilizaram financiamento barato para essa classe e que nos anos
seguintes acabariam sofrendo pela implacabilidade da lei da oferta e da procura
pois, com mais caminhões do que carga, os fretes ficaram mais baratos.
Na dificuldade de pagar seus financiamentos e o combustível,
paralisaram o país, causando desabastecimento e queda do PIB.
Os governos posteriores erraram novamente, tomando também atitudes
populistas, tais como o tabelamento do frete.
O resultado já era esperado! O encarecimento do valor do frete
rodoviário, fez com que as empresas buscassem outras soluções para escoar seus
produtos (cabotagem e ferroviário) e os caminhoneiros voltam a pensar em parar
o país.
Desconfiar da democracia pelo mau exercício dos políticos no mandato
pode ter um custo muito alto no futuro!
Pensar que populismo só existe em governos democraticamente eleitos é
um outro erro, afinal, até hoje sofremos pelo populismo da ditadura Vargas.
Analisando a sociedade como um todo notamos que o populismo não é de
direita, centro ou esquerda e não são só os governos que são populistas! Pais
de família também tomam decisões “populistas” atendendo todos os anseios dos
filhos e acabam por educar de forma errada para o futuro.
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