Na semana passada eu cobrei dos
Poderes Estaduais e Federal exemplos concretos do esforço conjunto com a
população e os empresários para vencermos esse desafio.
Porém, enquanto as empresas privadas
se mantiveram fechadas respeitando as determinações, as concessionárias das
rodovias estaduais e federais, por exemplo, trabalharam normalmente, com os
funcionários trocando dinheiro, sem nenhum tipo de proteção.
Ao invés de corte de gastos públicos
para o enfrentamento do COVID-19, o que nós vimos foi um espetáculo de guerra
de narrativas!
De um lado o Presidente da República
focando na área econômica, minimizando a Pandemia, diferente das outras nações
e do outro lado Governadores tomando medidas drásticas de isolamento social que
certamente resultarão em fechamento de empresas e demissões em massa.
Quem está com a razão, os Governos Estaduais
que estão focados apenas na questão sanitária tomando medidas restritivas idênticas
aos países do Hemisfério Norte, apesar de termos perfil sociodemográfico,
temperatura, geografia, habitação, etc. totalmente diferentes ou o Presidente
que foca o seu discurso mais na área econômica, pois entende que os números do
COVID-19 são parecidos com os números do Influenza comum.
Em 2019 tivemos 1.109 óbitos por
influenza e até agora tivemos 92 óbitos por COVID-19, conforme documento de 29
de março da OMS. Esses números dariam mais razão para o Presidente, porém, as
pesquisas de opinião mostram totalmente ao contrário. As pessoas entendem que as
medidas restritivas são necessárias.
O Governo Federal fala na segunda onda
da Pandemia, que será o resultado econômico desastroso que teremos para os
próximos anos.
Se os números continuarem na tendência
atual, antevejo que teremos uma nova guerra narrativas. Governadores defendendo
que a Pandemia só foi controlada devido às medidas tomadas por eles e o
Presidente confirmando que desde o começo estava com a razão.
Não sei que será o vitorioso dessa
guerra, mas tenho certeza de quem serão os perdedores.
Primeiro a população que sofrerá sem
dinheiro e sem emprego e que buscará por um culpado por sua situação.
Temo que os maiores alvos dessa
revolta sejam os Prefeitos, Vereadores e Secretários Municipais de Saúde que
ficaram em posição desconfortável diante das obrigações impostas pelos Governos
Estaduais.
Culpá-los por acompanhar uma tendência
estadual e mundial não será justo.
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