segunda-feira, 3 de junho de 2019

Procuram-se candidatos!

Resultado de imagem para termometro em temperatura baixaEm 2011, um ano antes das eleições municipais de 2012, o clima dentro das cidades já era de grande efervescência política.
Situação e oposição já indicavam quem seriam os candidatos a prefeito e a vereadores. Jornais e rádios das cidades se ocupavam debatendo sobre o tema, pessoas corriam atrás de partidos para se organizarem e consultores políticos já trabalhavam no assessoramento de políticos e partidos.
Em 2015 houve uma pequena queda dessa temperatura, quando comparamos com o ano de 2011 e entendo que esse foi o resultado de duas medidas infelizes: o fim do financiamento privado de campanha e o aumento do fundo partidário.
Quando o STF legislou contra o financiamento privado das campanhas políticas houve comemorações da mídia e da população em geral, afinal essa medida viria para acabar com o tal mecanismo das empresas que financiam os políticos e depois ganham de presente contratos vultuosos com o Poder Público.
É público e notório que esse tal mecanismo existe, porém é uma grande falácia afirmar que toda e qualquer empresa tem contrato com o Poder Público, afinal, se assim fosse, não haveria porque existir Atestados de Capacidade Técnica, Licitações, etc.
Privar o direito de uma empresa simpática a algum político em ajuda-lo não é democrático!
Já em relação ao fundo partidário todos sabemos que existe concentração dessa verba nas mãos dos dirigentes das siglas que escolhem ao seu bel prazer quem financiar.
Outro ponto negativo do financiamento público é que todos os brasileiros são obrigados a financiar partidos políticos que são instituições privadas e, na maioria das vezes, de vertentes diametralmente contra suas convicções.
Como não se faz campanha sem dinheiro, pessoas e empresas fizeram doações ilegais e o crime organizado também se fez presente.
Em um jogo onde deve haver influência para conquistar uma parte do fundo eleitoral ou ser delinquente para tratar política com o crime organizado, não sobrou nada para os cidadãos comuns que desejavam entrar para a política como forma de ajudar a mudar a realidade de sua cidade.
Agora em 2019, a temperatura política das cidades caiu ainda mais!
Com muita dificuldade conseguimos montar um disco de respostas (ferramenta usada para o estudo de voto estimulado nas pesquisas de opinião) e alguns pontos me chamam atenção.
O primeiro, prefiro chamar de “políticos digitais”. Uso esse termo para definir os influenciadores de redes sociais que têm satisfação psicológica em discutir a sua cidade, mesmo sem ter um mandato para isso. Não me candidato, pois já participo do dia-a-dia da cidade.
Outro ponto estaria diretamente ligado à nova onda de denuncismo que o país virou após a Operação Lava Jato.
Pessoas comuns que pensam em entrar na política se dizem desencorajadas pela criminalização da política e dos políticos.
Algumas pessoas podem dizer que, basta não cometer ilicitudes que você não será incriminado! Não é bem assim! Afinal, o tribunal das redes sociais é capaz de acabar com a reputação de uma pessoa em sua cidade, sem direito a defesa, tudo pelo simples motivo de participar de uma campanha ou mandato.
Para a imprensa em geral e os inocentes úteis das redes sociais, agora temos a verdadeira democracia.
Pela temperatura decadente das eleições e pela falta de candidatos, entendo que a caneta continuará nas mãos de quem sempre assinou o cheque!

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