Situação
e oposição já indicavam quem seriam os candidatos a prefeito e a vereadores.
Jornais e rádios das cidades se ocupavam debatendo sobre o tema, pessoas
corriam atrás de partidos para se organizarem e consultores políticos já
trabalhavam no assessoramento de políticos e partidos.
Em
2015 houve uma pequena queda dessa temperatura, quando comparamos com o ano de
2011 e entendo que esse foi o resultado de duas medidas infelizes: o fim do
financiamento privado de campanha e o aumento do fundo partidário.
Quando
o STF legislou contra o financiamento privado das campanhas políticas houve
comemorações da mídia e da população em geral, afinal essa medida viria para
acabar com o tal mecanismo das empresas que financiam os políticos e depois ganham de
presente contratos vultuosos com o Poder Público.
É
público e notório que esse tal mecanismo existe, porém é uma grande falácia afirmar
que toda e qualquer empresa tem contrato com o Poder Público, afinal, se assim
fosse, não haveria porque existir Atestados de Capacidade Técnica, Licitações,
etc.
Privar
o direito de uma empresa simpática a algum político em ajuda-lo não é
democrático!
Já
em relação ao fundo partidário todos sabemos que existe concentração dessa
verba nas mãos dos dirigentes das siglas que escolhem ao seu bel prazer quem
financiar.
Outro
ponto negativo do financiamento público é que todos os brasileiros são obrigados
a financiar partidos políticos que são instituições privadas e, na maioria das
vezes, de vertentes diametralmente contra suas convicções.
Como
não se faz campanha sem dinheiro, pessoas e empresas fizeram doações
ilegais e o crime organizado também se fez presente.
Em
um jogo onde deve haver influência para conquistar uma parte do fundo eleitoral
ou ser delinquente para tratar política com o crime organizado, não sobrou nada
para os cidadãos comuns que desejavam entrar para a política como forma de
ajudar a mudar a realidade de sua cidade.
Agora
em 2019, a temperatura política das cidades caiu ainda mais!
Com
muita dificuldade conseguimos montar um disco de respostas (ferramenta usada
para o estudo de voto estimulado nas pesquisas de opinião) e alguns pontos me
chamam atenção.
O
primeiro, prefiro chamar de “políticos digitais”. Uso esse termo para definir os
influenciadores de redes sociais que têm satisfação psicológica em discutir a
sua cidade, mesmo sem ter um mandato para isso. Não me candidato, pois já participo do dia-a-dia da cidade.
Outro
ponto estaria diretamente ligado à nova onda de denuncismo que o país virou após a Operação Lava Jato.
Pessoas
comuns que pensam em entrar na política se dizem desencorajadas pela criminalização
da política e dos políticos.
Algumas
pessoas podem dizer que, basta não cometer ilicitudes que você não será
incriminado! Não é bem assim! Afinal, o tribunal das redes sociais é capaz de
acabar com a reputação de uma pessoa em sua cidade, sem direito a defesa, tudo
pelo simples motivo de participar de uma campanha ou mandato.
Para
a imprensa em geral e os inocentes úteis das redes sociais, agora temos a
verdadeira democracia.
Pela
temperatura decadente das eleições e pela falta de candidatos, entendo que a caneta continuará nas mãos de
quem sempre assinou o cheque!
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