quinta-feira, 22 de novembro de 2018
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
A Carta de Bolsonaro ao Brasil
Em 2002 Lula lançava a Carta ao Povo Brasileiro.
Elaborada por Antonio Palocci, esse documento trazia compromissos de Lula e o PT principalmente com o mercado financeiro, sempre muito receoso com possíveis medidas intervencionistas que pudessem vir abalar a economia do país.
Após o atentado contra Jair Bolsonaro em 05 de setembro de 2018, tomei a liberdade de escrever uma carta para que o então candidato viesse a se comprometer com algo que parte da população se preocupava: o respeito às instituições e a democracia.
A ideia parece ter surtido efeito, pois o site globo.com dias após minha escritura ser distribuída à pessoas próximas da campanha, publicou a matéria, porém com a preocupação dessa carta não ser projetada por um técnico com eu, o que é compreensível, mas por algum membro mais próximo de Bolsonaro, tal qual, General Heleno.
Minha carta, mais do que compromissos com a sociedade brasileira, tinha também a intenção de "humanizá-lo" e possivelmente, mudar a imagem estereotipada que muitas pessoas faziam do candidato devido a declarações (caneladas, na própria opinião de Bolsonaro) no passado.
Por se tratar de história, publico minha carta na íntegra abaixo.
Boa leitura!
Elaborada por Antonio Palocci, esse documento trazia compromissos de Lula e o PT principalmente com o mercado financeiro, sempre muito receoso com possíveis medidas intervencionistas que pudessem vir abalar a economia do país.
Após o atentado contra Jair Bolsonaro em 05 de setembro de 2018, tomei a liberdade de escrever uma carta para que o então candidato viesse a se comprometer com algo que parte da população se preocupava: o respeito às instituições e a democracia.
A ideia parece ter surtido efeito, pois o site globo.com dias após minha escritura ser distribuída à pessoas próximas da campanha, publicou a matéria, porém com a preocupação dessa carta não ser projetada por um técnico com eu, o que é compreensível, mas por algum membro mais próximo de Bolsonaro, tal qual, General Heleno.
Minha carta, mais do que compromissos com a sociedade brasileira, tinha também a intenção de "humanizá-lo" e possivelmente, mudar a imagem estereotipada que muitas pessoas faziam do candidato devido a declarações (caneladas, na própria opinião de Bolsonaro) no passado.
Por se tratar de história, publico minha carta na íntegra abaixo.
Boa leitura!
Carta à Pátria
Todos os Presidentes da República, bem ou mal, contribuíram de alguma
forma para que o Brasil chegasse ao ano de 2018. Porém, o sentimento de que,
por motivos ideológicos, o caminho escolhido nos últimos 20 para a nossa
sociedade foi equivocado é cada vez maior.
O ano de 2013 foi enfim o grito da maioria silenciosa que vinha cansada
de pagar altos impostos e receber em troca serviços de baixíssima qualidade, angustiada
em ver casos de corrupção sem nenhum tipo de punição e de assistir a classe
política se beneficiando do povo, ao invés de pensar e trabalhar em benefício
do povo.
Fiquei muito triste ao ver naquelas manifestações atos de violência, o
que parece ter crescido a cada dia mais, potencializada pelo mau uso das redes
sociais.
Quando pensei no projeto de ser Presidente no Brasil, não pensei em mim!
Pensei que posso contribuir para unir essa nação maravilhosa, miscigenada e que
merece respeito.
Sempre preparei meus filhos preocupado em que pessoas eu deixaria para o
Brasil, mas hoje me preocupo que país restará a eles e a todos os brasileiros,
se seguirmos nesse caminho sem paz, sem o direito de ir e vir, sem justiça
social, sem igualdade de oportunidades e sem desenvolvimento econômico.
No tocante à economia, vimos nos anos 90 algum tipo de alento com a
implantação do Plano Real, onde pudemos obter uma economia com maior
estabilidade, com a possibilidade de planejamento a médio e longo prazo das
empresas e do governo. Essa previsibilidade deve ser mantida e melhorada ao
máximo, pois os empreendedores do Brasil, bem como os gestores e servidores
Federais, Estaduais e Municipais precisam trabalhar com maior solidez.
Já expliquei por diversas vezes o meu posicionamento a época, mas cumpre
nessa Carta ressaltar, que apesar de não concordar com alguns pontos, principalmente
com as altas taxas de juros que ainda se mantem, foi o melhor para o Brasil.
Apesar da ampla divulgação na imprensa, faço questão de relembrar que votei
em Lula no 2º turno das eleições de 2002. Tomei essa decisão, pois entendia que
o país necessitava de mudança e tenho que reconhecer que o trabalho realizado
na área social, com a unificação dos benefícios implantados pela Sra. Ruth
Cardoso e criados pelo economista liberal Milton Friedman, foram a decisão mais
acertada possível.
Se o Governo Lula criou o Bolsa Família aprimorando os benefícios
criados no Governo FHC temos agora a necessidade de aprimorar ainda mais! Dar
maior cobertura, atingir quem realmente precisa, criar portas de saída – tão
prometidas e jamais implantadas - e punir aqueles que desviam recursos de um programa
governamental tão importante para o atendimento mínimo de cada família
beneficiada.
Infelizmente, o Governo Dilma tomou muitas decisões equivocadas nas
áreas da economia, energia e infraestrutura. A corrupção dos governos do PT
emergiu de forma contundente com a implantação da Operação Lava Jato na qual,
como Presidente da República, defenderei com unhas e dentes, e descobrimos que
os desvios ideológicos e a pretensão de manter-se no poder por tempo indeterminado,
falaram mais alto do que a preocupação com o crescimento do país e a melhoria
da qualidade de vida dos brasileiros.
Com tudo isso devo ser sincero em dizer que concordo com as pessoas que
diariamente converso nas ruas: o modelo adotado nos últimos 20 anos se esgotou!
Se esgotou na economia, na área social, na educação, no combate a
corrupção, na saúde, na segurança, enfim, não há uma área que podemos nos
orgulhar dos últimos governos.
Percebo que apesar de todos pontos negativos amplificados pelo governo,
nossa população se mantém esperançosa, com o sorriso no rosto, disposta para
acordar todas as manhãs e ir em busca do pão de cada dia. Isso me faz ter muita
esperança em ver um Brasil feliz, com mais igualdade de oportunidades, com mais
segurança e paz.
Não podemos mais ser um país de lapsos! O Brasil precisa de planejamento
de médio e longo prazo, de previsibilidade! Um de nossos patrimônios, a
criatividade, deve ser usada de maneira pontual! Não podemos mais ser o país de
decisões tomadas sobre pressão, de afogadilho! Temos que ter alguém que tome
decisões difíceis, que coloque todos brasileiros à frente de algumas pequenas
classes organizadas como a classe política.
Todos sabem que sou o candidato que não tem dinheiro, nenhuma estrutura,
coligação mínima e mesmo assim consigo aparecer de forma positiva nas pesquisas
de intenção de votos! Essa adesão ocorre de maneira natural, pois boa parte da
população vê em mim, alguém diferente de todos que já passaram pelo Planalto ou
que pretendem ocupar essa vaga.
Não posso nessa Carta ter a pretensão de ofender ou acusar meus
oponentes nessa corrida eleitoral, mas devo pontuar que existe muita diferença
de projetos, caminhos, histórias de vida e pretensões com o Brasil.
Sei que não sou o candidato preferido da mídia e da classe artística,
mas não sou adversário dessa parte da sociedade, muito pelo contrário! Fiz
questão de colocar em meu Plano de Governo a necessidade e a importância de
termos uma imprensa livre e independente e, apesar de todas as críticas que
recebo, tenho orgulho de ter muitos amigos artistas e faço questão de deixar um
canal aberto para buscarmos um caminho de melhoria da nossa cultura regional e
nacional para assim, termos a possibilidade de potencializar um ativo tão
precioso para a geração de emprego e renda no país: o turismo.
O descuido com a área da segurança causa espanto! Não há como um povo se
sentir bem em seu país, se em sua própria casa sofre a ação de marginais.
Causa perplexidade quando descobrimos que o investimento em segurança
privada supera o investimento em segurança pública. Isso demonstra a total
falta de confiança na capacidade do Estado fazer frente ao maior problema que a
Nação sofre!
Esse não é o tema que mais preocupa a mim, mas sim a todos os
brasileiros!
O crime organizado tomou conta de nosso país, as leis benevolentes, a
obstacularização do trabalho das policiais, tudo vem contribuindo para que a
população de renda mais alta aumente o muro de suas casas ou pense em sair do
país e a população de renda mais baixa se torne refém de marginais.
O tema segurança não afeta apenas a vida e a saúde das pessoas de forma
mais direta. Indiretamente, afeta a economia do país com menos pessoas saindo
de suas casas para o momento de consumo e lazer, os custos na área da saúde com
a violência ou depressão do medo de conviver em uma sociedade com tamanha
agressividade e até na educação com a interrupção do ano letivo de crianças e
jovens que sonham com um dia melhor.
Infelizmente, as discussões nacionais enviesadas acabam por deturpar uma
das minhas bandeiras: a facilitação ao acesso a armas e munição.
Devemos ser claros que em 2005 o governo realizou um referendo, com
ampla participação da sociedade, com campanha televisiva pró e contra esse tema
e o Brasil decidiu com cerca de 64% dos votos a favor da permissão do comércio
de armas e munição.
Através de novas normas, o mesmo governo que propôs o referendo, iniciou
processo que chegasse ao ponto de retirar esse direito de todo o cidadão.
É cristalina a deturpação desse tema quando se pensa que a arma, um
objeto inanimado, e não o agente criminal, é a causadora da violência e que teremos
armas para todos os brasileiros de forma aleatória! Isso é um exagero absurdo!
Atualmente, bandidos conseguem armas de grosso calibre, mesmo não tendo
permissão para portar um simples revólver!
Nosso projeto não é de simplesmente armar todo o cidadão de forma indiscriminada
e sem critérios! A única coisa que pretendo é dar o direito de escolha do
cidadão habilitado a possibilidade de comprar uma arma.
Temos que ser sinceros: o Brasil se descuidou dos cidadãos de bem em
prol de uma pacificação da sociedade que nunca existiu!
Chegou o momento de lambermos nossas feridas! A sociedade e as forças
policiais estão perdendo de 7 a 1 para o crime organizado e eu, como líder
maior da nação, farei questão de estar na linha de frente para virarmos esse
placar.
Muitos se assustam com a palavra privatização. Eu também já me assustei,
mas creio que chegou a hora de termos uma conversa mais sincera com a população
desse lindo país!
Se as pessoas não confiam na classe política para pequenas decisões,
porque confiaria a sua velhice, o momento em que o Estado deve devolver parte
do que arrecadou com essas pessoas em forma de aposentadoria?
O Estado brasileiro cresceu muito e de forma ineficiente nos últimos
anos e com ele a necessidade de arrecadar cada vez mais! Arrecadar significa
tirar dinheiro da população para financiar o Estado.
Claro que essa arrecadação resulta em alguns serviços para a população,
mas que possuem qualidade muito abaixo do que deveriam.
Reduzir o tamanho do Estado e dar maior eficiência aos serviços públicos
deverá ser realizado por qualquer um que ocupe o cargo a partir de janeiro de
2019. A diferença, mais uma vez, é que entre os candidatos mais bem colocados
nas pesquisas, apenas eu tenho a clareza e a coragem de explicar os motivos
para o qual deve ser feito.
O SUS merece mais atenção! Hoje em dia temos heróis que salvam vidas diariamente
na saúde pública e fico estarrecido quando leio nos jornais desvios que ocorrem
com verbas nessa área!
Qual a diferença de um assassino que porta uma arma, daquele que rouba
medicamentos essenciais para a vida de pessoas?
Na área da educação, a completa inversão de investimentos, resulta e
resultará em problemas sérios para a sociedade brasileira. Estamos querendo
retirar frutos de uma árvore que possui raízes podres! O aumento indiscriminado
de investimentos em universidades a despeito da educação básica, traz um
fenômeno negativo para o país!
Precisamos de mais eficiência e eficácia no Poder Público!
Será fundamental priorizar rapidamente o Brasil e seus mais de 5 mil
municípios, repensando o pacto federativo do país, logo no início do Governo.
Isso fará com que os prefeitos tenham mais dinheiro e autonomia para gerirem
suas cidades, ao invés de mendigarem por mais verbas do Governo Federal, o
grande arrecadador! Isso é o que chamo de Mais Brasil e Menos Brasília!
Tenho plena convicção que não será de forma automática a mudança de
padrão do Brasil que temos hoje para o Brasil que sonhamos, mas sei que apenas
uma pessoa honesta e comprometida com o país e o seu povo conseguirá iniciar
esse processo.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, sou alguém que ouço muito as
pessoas que me rodeiam e sei das minhas limitações e acho engraçado quando sou
criticado por reconhecer a minha necessidade de aprimoramento em algumas áreas.
Aos 63 anos invisto muito tempo em minha qualificação pessoal e jamais
farei como outros políticos que passaram pela história do Brasil que um dia
fingiram ser honestos ou ótimos gestores.
Aprendi com meus pais que a mentira e a desonestidade são coisas
repudiáveis!
A cada dia que passa, mais técnicos, voluntariamente, se aproximam de
mim visando me ajudar! Foi assim com Paulo Guedes! Homem de grande qualificação
na área econômica e que contribuirá muito para o nosso projeto nacional.
Na área privada, ser um gestor de atitudes deliberativas sempre foi um
grande mérito, reconhecido por todos. Porque esse mesmo modelo deve ser
criticado na Gestão Pública?
Temos servidores de grande qualidade em todos os níveis de Governo,
principalmente no Governo Federal e contarei com todos para uma transição
tranquila, respeitando todos os contratos e obrigações que nosso país possui,
já iniciando um grande projeto de longo prazo.
Entendo as preocupações que possam vir a ocorrer com a minha possível
vitória nas eleições de 2018, toda mudança gera incertezas. Porém, especulações
de que seria um novo momento para a classe militar no país é uma especulação de
grande desonestidade!
Os militares têm a sua importância e podem sim colaborar para uma
sociedade mais justa e segura, mas chegou a hora do Brasil dar um basta nessa
divisão intolerante que chegamos!
Todos somos brasileiros e não podemos mais dividirmos nosso país em
classes, sexo, faixa etária, religião, cor, raça, etc. Precisamos nos unir!
Por fim, peço licença para falar sobre o fato
ocorrido no dia 06 de setembro de 2018, quando sofri uma tentativa de
assassinato enquanto era carregado pelo povo de Juiz de Fora.
A facada que sofri me deixará marcas para o
resto da vida, no corpo e em minha alma!
Sou um homem preparado para qualquer desafio,
mas jamais imaginei que lutar por um Brasil melhor fosse tão hostil e violento.
O Sr. Adélio Bispo de Oliveira que tentou me
matar deve responder de acordo com as leis brasileiras. Como sempre preguei em
minha caminhada: criminoso deve ser
tratado como criminoso!
Porém, eu sou um ser humano, tenente a Deus,
cristão e devo perdoar o Sr. Adélio que como eu e todo o povo brasileiro somos
vítimas dessa divisão que não foi
criada ou alimentada por mim, pois venho combatendo justamente essa hegemonia
socialista que coloca brasileiros em lados diferentes visando controlar a todos,
dividindo para reinar.
Não podemos mais aceitar mulheres e jovens
sendo assassinados por motivos torpes! O Nordeste não pode ser mais usado pela
classe política apenas para se manterem no poder e se locupletarem! Que Brasil
queremos afinal?
Estou ferido na alma, pois percebi que não
foi a minha pessoa que o Sr. Adélio quis atingir, mas a tentativa de calar a
única opção de mudança para o país. A única pessoa que foi capaz de aglutinar
pessoas comuns em torno de um projeto maior.
Vou continuar a luta por esse Brasil que eu e
as pessoas de bem sonhamos!
Sou, com muita honra, Capitão do Exército
Brasileiro e serei até o final de minha vida, um soldado dessa Nação.
Brasil acima tudo, Deus acima de todos!”
Jair Messias Bolsonaro, São Paulo, 15 de setembro de 2018
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