domingo, 1 de dezembro de 2019

O Centrão quer virar Centro?

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Na semana passada um filme muito bem elaborado, com pouco mais de 2 minutos, fez defesa enfática do Centro do espectro político brasileiro.
Com o nome de “Centro, Brasil em Movimento”, com logomarca privilegiando as cores da bandeira nacional e com ótimos argumentos, esse vídeo traz algumas ideias de que só ele, o Centro, foi e será capaz de fazer com que o país caminhe.
De forma subliminar, o vídeo acusa os espectros mais a esquerda e a direita de todos os males ocorridos no país e no mundo.
Sem evidenciar quem produziu e quem financiou o vídeo, ficamos apenas com as impressões de que o Centro, tenta melhorar a sua imagem para assim, viabilizar-se para 2022.
Estudos aqui do Instituto IBESPE mostram que os eleitores estão cansados dos agentes políticos sem opinião formada, seja à direita ou à esquerda, e a imagem do Centro político está muito desgastada, ligada ao fisiologismo por pender sempre para o lado mais interessante para sua sobrevivência política.
Em nossos estudos sempre os partidos mais bem e mal avaliados são os partidos que têm políticos com posições mais coerentes com suas bandeiras. Os partidos de centro têm pouca relevância na cabeça do eleitor médio e a falta de bandeiras claras, fazem com que eles inexistam quando pensamos em soluções para o país.
A grande maioria dos eleitores votam no político e não no partido! Porém, quando o político tem imagem clara de sua ideologia, acaba trazendo a reboque o reconhecimento de seu partido ao eleitor. Foi assim que renasceu o PSL e agora nasce o Aliança pelo Brasil.
Precisamos deixar claro que desde a redemocratização do país, o Centro, é a principal força do Congresso Nacional e por esse motivo, todos os bons e maus resultados tiveram participação fundamental desses atores.
A Lei de Duverger, criada pelo sociólogo francês, Maurice Duverger, demonstra que o sistema eleitoral majoritário, conduz a um sistema bipartidário, enquanto o de representação proporcional leva a um sistema multipartidário.
Em seu livro Os Partidos Políticos de 1951, Duverger, defende e prova que não existe o espectro central na política, pois os seres humanos sempre têm convicções que podem pender a um lado ou outro. Ninguém consegue ser 100% centro!
Vaticinei em 2014, em meu texto intitulado “O Pêndulo Social”, que a hegemonia de 30 anos da esquerda na economia, na cultura, na imprensa e também na política teriam um sério revés, e que a sociedade brasileira, majoritariamente conservadora nos costumes e liberal na economia, optaria por um candidato em 2018 que seria do espectro diametralmente contrário à esquerda, ou seja, o pêndulo social sairia da Esquerda, passaria voando pelo Centro, até encontrar o candidato ideal à Direita.
Concordando com Duverger e me baseando por todos os nossos estudos sobre o tema, tendo a dizer que o Centro, sem convicção e sem opinião, continuará sendo apenas coadjuvante de boas e más ideias e quando agir de forma fisiológica, continuará sendo apenas o mal falado Centrão.


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