segunda-feira, 29 de julho de 2019

O candidato da mídia para 2022

Resultado de imagem para luciano huck


Desde o início das eleições de 2016 nos Estados Unidos, Donald Trump lançou guerra contra a mídia tradicional, acusando-a de ser de esquerda, e por isso, investiu e ainda investe muito tempo e energia nas redes sociais.
Bern Sanders, candidato de esquerda dos Estados Unidos, com o mesmo argumento de ser esquecido e maltratado por essa mesma mídia, acaba de criar um programa nas redes sociais de muita qualidade técnica, o “Hear the Sanders”, traduzindo, ouça o Sanders.
Apesar do amor platônico da mídia americana pelas famílias Clinton e Obama, a partir desses discursos e atitudes temos ainda dificuldade de entender para que lado ela pretende ir em 2020.
Aqui no Brasil essa situação parece mais clara!
Bolsonaro desde as eleições tem relação conflituosa com a mídia tradicional, sempre a acusando de ser de esquerda.
O PT e os partidos da esquerda sempre acusaram a mídia tradicional de ser elitista e, sob a alegação falsa de democratização da mídia, o PT vem há muito tempo tentando emplacar o chamado Controle Social da Mídia, uma forma subjetiva de ter controle estatal e total sobre ela.
Diante desse impasse, começamos aqui no Instituto IBESPE a realizar o estudo de Agenda Setting. O que vem a ser isso?
Agenda Setting é um estudo criado por dois professores universitários americanos, McCombs e Shaw, que através de hipóteses, mostraram que as notícias veiculadas na mídia podem não determinar o que o povo pensa, porém, podem fazer com que ele discuta sobre a notícia.
Resumindo, a mídia tem o poder de mexer de forma metódica com as opiniões das pessoas.
Como já falei em outro comentário, através de nossas pesquisas sobre hábitos de consumo de mídia, notamos que 62,7% das pessoas se informam mais pelos meios tradicionais (TV, Rádio, Revista, Jornal e pelos portais de notícias) contra 36,9% que dizem se informar pelas redes sociais (Facebook, Whats App, Instagram, Youtube e Twitter).
Outro dado importante, e é aqui que os políticos devem ter muita atenção, é com relação ao grau de confiança no meio de comunicação. TV, rádio, revista e jornal impresso têm grau de confiança de 71,2% do público contra 19,7% das notícias veiculadas na internet, redes sociais e Whats App.
Nossos estudos mostram que, a partir do início de junho, houve uma maior exposição direta e indireta de Luciano Huck nas grandes revistas e jornais do Brasil, por exemplo, com elogios de economistas renomados como no caso de Armínio Fraga nas páginas amarelas da Veja.
Seu programa de TV continua com grande audiência e com perfil que agrada ao eleitor médio e o seu movimento, o RenovaBR está a todo vapor!
A mídia tradicional parece começar a testar o seu candidato e Luciano Huck tem o perfil liberal na economia e progressista nos costumes, atendendo a agenda do eleitor médio de direita e dos eleitores de esquerda, ou seja, da mídia tradicional.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

O discurso de Bolsonaro

Resultado de imagem para bolsonaro fala no twitter

Bolsonaro venceu as eleições com 55 milhões de votos.
Seus eleitores se dividiram em 4 grupos: Os Liberais que confiavam no seu discurso de mais Brasil e menos Brasília, os Conservadores com o discurso de Brasil acima de tudo e Deus acima de todos, os antipetistas cansados dos 13 anos de Governo do PT e os Lava Jatistas, cansados da corrupção no país.
Uma parcela desses 55 milhões de eleitores se tornaram eleitores fiéis a Bolsonaro o defendendo mesmo em ocasiões questionáveis como na indicação de seu filho Eduardo para Embaixador nos EUA ou do policial Queiroz, assessor de seu filho Flávio.
Manter os 55 milhões de eleitores do seu lado e tentar buscar parte dos outros 45 milhões que votaram sem muita convicção em Fernando Haddad deveria ser sua missão. Pois, com todos esses eleitores em sua defesa, o seu governo terá maiores chances de sucesso. O Congresso, apesar de todas as críticas, não gosta de enfrentar as ruas.
Para que isso aconteça, Bolsonaro deve buscar rapidamente melhorar a economia e a sua comunicação com o povo brasileiro.
Quando falamos de economia, o Governo de Jair Bolsonaro vem tendo grandes dificuldades. O sentimento de desalento é cada vez maior entre empresários e desempregados, a aquela confiança no novo governo começa a se transformar em apenas esperança e o próprio Presidente tem dificuldades em defender medidas tão importantes para destravar o país, como foi o seu posicionamento pessoal na Reforma da Previdência, indicando a manutenção de privilégios de algumas categorias.
Quando falamos em Comunicação, Bolsonaro insiste na tática de se pronunciar pelas redes sociais ou falando de improviso, ignorando que a grande maioria dos eleitores se informa e confia mais nos meios de comunicação tradicionais tais como o jornal, rádio e principalmente a TV, e que a sua fala tem peso incomensurável.
O relacionamento conflituoso de Bolsonaro com a grande mídia o impedem de mostrar as boas medidas realizadas por seu Governo e, em contrapartida, todo e qualquer deslize não é perdoado.
O conteúdo de sua comunicação e a forma de se comunicar devem mudar rapidamente e drasticamente, pois da forma que está, Bolsonaro deixa de falar com os brasileiros para falar apenas com os Bolsonaristas, seus eleitores fiéis.
E quando falamos em eleitores fiéis, Bolsonaro deveria se espelhar no exemplo de sua antecessora, Dilma Rousseff, que viu a fidelidade de boa parte de seu eleitorado reduzir em poucos meses, restando a ela, apenas os petistas fanáticos.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

A criminalização do Caixa 2 de campanha

Resultado de imagem para caixa 2 de campanhaNo dia 10 de julho foi aprovado na CCJ do Senado por 17 votos a 2 o projeto de lei 1865/2019 da Senadora Eliziane Gama do Cidadania, antigo PPS, do Maranhão. O PL trata sobre a criminalização do Caixa dois de campanha.
Esse PL já tinha sido aprovado no mês de junho dentro do pacote das 10 medidas contra a corrupção.
Ele prevê a reclusão de 2 a 5 anos de prisão para quem arrecadar, receber, manter, movimentar ou utilizar qualquer recurso, valor, bens ou serviços estimáveis em dinheiro, que não sejam contabilizados oficialmente na campanha.
O relator do projeto, Senador Marcio Bittar do MDB do Acre, fez o destaque para aumentar em 1/3 a pena caso o recurso seja oriundo de corrupção ou crime organizado.
O projeto restringe-se ao período eleitoral.
Pela extensão e profundidade do projeto, qualquer deslize contábil, algo muito comum em uma campanha eleitoral, será considerado crime e passível de prisão.
Existe certa subjetividade quando falamos em doação.
Em uma hipotética campanha, o candidato A, em caminhada entra em um bar e pede 1 pastel. No final do bate-papo com os eleitores ainda presentes, um deles vai ao caixa e paga o pastel do candidato.
Para que essa ação não se configure como crime, o eleitor deverá pedir a nota fiscal e registrar como doação na contabilidade da campanha do candidato A.
Se seu irmão for candidato a vereador em sua cidade e estiver sem carro para ir a uma reunião, você deverá pensar duas vezes antes de emprestar o seu carro, afinal, ele estará utilizando qualquer recurso estimável em dinheiro.
Isso parece absurdo, mas não é. Afinal, nesse novo Brasil incorruptível das redes sociais, onde todos os dias temos denúncias através de fotos, vídeos e gravações, um pastel poderá decidir uma eleição e o destino de uma pessoa.
Outro disparate é falar em aumentar a pena em 1/3 para eventos realizados pelo crime organizado.
Se ele, em sua contabilidade pessoal e “empresarial”, sempre corre ao largo da sociedade e da justiça, é óbvio que suas doações não serão contabilizadas. A própria existência do crime organizado já é um disparate!
Quem lê esse artigo imagina que sou a favor do Caixa 2 de campanha, muito pelo contrário!
Minha experiência em campanhas eleitorais, prova que além de impraticável, ele poderá decidir eleições através de uma foto ou gravação de um ato sem nenhum tipo de maldade ou cunho criminoso.
Na minha opinião, as doações ilegais de campanha existem porque as eleições da forma que estão precisam de muito dinheiro para serem realizadas.
Só vejo uma solução para a redução desse investimento: o voto distrital puro! Algo que se tornou tabu no Brasil.
A regionalização das eleições nos municípios, estados e no país reduziria o tamanho da campanha e do número de partidos de forma natural.
Não sou otimista sobre a aprovação dessa medida, pois se houvesse o voto distrital, a Região Centro-Oeste perderia 5 das 41 cadeiras, a Região Norte 29 das 65, Região Nordeste 12 das 151. A Região Sul ganharia 1 cadeira e a Região Sudeste, 45 e o número de partidos cairia drasticamente.
Aprovar esse projeto de lei sem ouvir os profissionais que trabalham no trade político e de eleições não trará nenhuma mudança do quadro atual.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

A zeladoria e as eleições

Resultado de imagem para enchentes


A função primordial do Poder Público é servir ao público e para servir de forma adequada as demandas da população, os gestores devem ter em mãos informações detalhadas sobre as demandas da população, pois elas lhe darão ferramentas para melhorar sua gestão e isso refletirá diretamente na avaliação do seu governo, um dos pilares para a reeleição de um gestor público ou a eleição de seu sucessor.
Realizar estudos generalizados em um município acaba por escamotear os verdadeiros incômodos à população.
O IBESPE há muitos anos adotou metodologia de estudo ouvindo no mínimo 70% do território ocupado de uma cidade, o que resulta no entendimento exato dos problemas de cada bairro da cidade.
Nossos estudos vêm apontando para um crescimento considerável pela solução de problemas de zeladoria nas cidades.
Diferentemente da Saúde e da Segurança, o tema Zeladoria está diretamente ligado ao Poder Público Municipal e as prefeituras com orçamentos cada vez mais apertados vêm sofrendo para manter as cidades limpas.
As mudanças climáticas com maiores volumes de chuvas vêm agravando a situação das cidades ocasionando alagamentos e enchentes.
Para piorar, esse é um problema multifatorial e depende de várias pastas de uma prefeitura para a sua solução.
Apenas como exemplo, o Meio Ambiente pode ser demandado quando há a necessidade de desassoreamento de um rio, a Secretaria de Obras para a construção de um piscinão e Serviços Urbanos para a limpeza de um bueiro.
Infelizmente, alagamentos e enchentes são agravados pela falta de educação da população que insiste em jogar lixo nas ruas e rios, dificultando ainda mais a solução do problema, o que torna ainda mais injusta a crucificação dos gestores públicos.
Aproveitar o momento de estiagem que vai até outubro para realizar todas as obras necessárias, implantar coleta seletiva, mutirões, retiradas de objetos inservíveis das residências, etc. poderá reduzir os problemas na época de chuva (no início do ano eleitoral) e quem sabe, melhorar a avaliação do Governo Municipal.
Como as prefeituras estão com o caixa baixo, o ideal seria priorizar a relação entre o percentual de reclamações sobre o tema e a concentração populacional. Resolver o problema onde terá um impacto maior, deve guiar as ações do gestor.
Para alguns, essa medida seria muito pragmática, mas para mim, isso seria o ideal.