sábado, 13 de fevereiro de 2021

Quem nega o passado, mata o futuro

 

Não existe progresso se o ponto inicial é desconhecido. Conhecer o passado da sua família, da sua cidade, estado, país e da civilização é fundamental para entender como foram construídas as estradas que te trouxeram até aqui e para onde elas poderão te levar.

Há alguns anos atrás, nas reuniões familiares ou festas, era comum as crianças serem espectadoras das histórias, quase sempre heroicas, dos adultos e dali, aos poucos, ir forjando a sua personalidade, tirando muitas lições de comportamento, honestidade e esforço.

Um simples café com leite a tarde entre irmãos, primos, tios, pais ou avós, em meio a muita discussão e broncas, o passado e suas tradições fundamentavam o futuro ainda incerto, que aos poucos ia sendo pavimentado pela moral e os bons costumes.

Hoje em dia, até mesmo os poucos momentos motivadores de reuniões familiares estão comprometidos. A festa de aniversário foi substituída por um lanche quase solitário em um fast food, o matrimônio definitivamente virou tabu e o funeral, um lapso de tempo para cumprimentos protocolares à parentes que há muitos anos não eram vistos.

A ausência de amigos fiéis capazes de ouvir todos os seus lamentos, te dar conselhos (mesmo que errados!) se tornou algo natural. A criança não troca mais sopapos com o melhor amigo para depois de algumas horas voltarem a brincar juntos. A garota de 15 anos não tem mais para quem contar por qual garoto está apaixonada. Os adultos não têm mais um ouvido disposto a ouvir suas lamentações e medos com o futuro. As pessoas não confiam mais nas pessoas!

O ato de delegar a educação dos filhos à terceiros e ao Estado, transformou as escolas em um depósito de crianças para alívio dos pais que aproveitam o dia para o exercício de sua profissão, mas muitas vezes para futilidades do dia-a-dia.

O ambiente familiar foi tomado por aparelhos eletrônicos que dividem a atenção e as pessoas entre os cômodos, comprometendo totalmente a unidade familiar, transformando o sinal de Wi-fi mais importante do que um abraço.

Apesar de não acreditar na política sem comprovação científica do “fique em casa”, como bom otimista, avaliei que poderia ser a retomada de padrões familiares, basilares para formação de uma sociedade melhor e mais justa.

Meu desejo se mostrou muito maior do que a realidade, afinal, o Estado, a escola e as famílias de hoje estão corrompidas pelo ódio a leitura e a cultura histórica e, mesmo sendo forçados a ficarem por mais tempo dentro de seus lares, mantiveram o padrão de ociosidade mental.

A destruição da sociedade arquitetada por uma minoria organizada, egoísta e ambiciosa, parece estar bem encaminhada.

Desta vez, sendo menos otimista, acredito que a justa vitória da maioria dependera de sua organização, através do retorno às tradições familiares e, pouco a pouco, unindo-se a outras famílias comuns formarão uma base sólida para a construção de um muro de contenção contra a invasão dessa minoria que não se cansará de buscar pelo seu objetivo.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

O Novo Hitler

 

Existem muitos relatos de germânicos idôneos e céticos tentando explicar como foram lentamente envolvidos pelo discurso esfuziante de Adolf Hitler e pela sua ação brutal na década de 30 na Alemanha.

A perseguição implacável contra grupos específicos não afetava o povo alemão como um todo, afinal de contas, o Grande Líder conseguiu convencer que algumas raças e ideologias deveriam ser eliminadas para que o país e o mundo se transformassem em algo melhor.

Apesar da manutenção da imbecilidade incurável de algumas pessoas, após a 2ª Guerra Mundial, a grande maioria do povo alemão reconheceu o erro de apoiar uma ideologia e um doente mental, sobretudo, ao perceber que a perseguição fora impiedosa, não apenas contra os grupos específicos iniciais, mas contra todos aqueles que um dia acabaram contrariando a opinião do Ditador e de sua claque.

Temos consciência de que a história sempre se repete, porém, custamos a acreditar que quase 100 anos depois desse triste momento histórico, assistimos parcimoniosamente, o surgimento de um Novo Hitler, capturando mentes, dividindo povos, incriminando pessoas sem o devido julgamento e assassinando não pessoas, mas suas opiniões.

Hitler tinha a intenção de dominar o mundo através da força, impondo a sua ideologia e eliminando aqueles que pensavam diferente. O Novo Hitler tem o mesmo objetivo, porém, sem usar a força física, vem sendo muito mais efetivo do que seu antecessor em seu objetivo.

Adolf Hitler tirou a vida de aproximadamente 6 milhões de pessoas, em sua maioria judeus e avançou por países e territórios com seu exército. O Novo Hitler colocou o mundo inteiro dentro de sua jaula eletrônica e concede liberdade vigiada a apenas aqueles que pensam como ele deseja.

Se Hitler foi vencido pela coragem e união de líderes e exércitos que não tiveram medo de balas e bombas, hoje parece faltar homens que tenham a coragem de enfrentar os cliques e algoritmos desse Novo Hitler.

Obviamente, da mesma forma que tivemos pessoas gritando e apoiando as atitudes ditatoriais de Adolf Hitler, hoje vemos pessoas comemorando e aplaudindo a ditadura desse Novo Hitler, mas não custa nada avisar que um dia eles poderão vir a ser um próximo Ernst Rohm e não haverá a quem reclamar.