segunda-feira, 30 de março de 2020

Quem pagará essa conta?

Assista a vídeo da reunião em que Bolsonaro e Doria se ...


Na semana passada eu cobrei dos Poderes Estaduais e Federal exemplos concretos do esforço conjunto com a população e os empresários para vencermos esse desafio.
Porém, enquanto as empresas privadas se mantiveram fechadas respeitando as determinações, as concessionárias das rodovias estaduais e federais, por exemplo, trabalharam normalmente, com os funcionários trocando dinheiro, sem nenhum tipo de proteção.
Ao invés de corte de gastos públicos para o enfrentamento do COVID-19, o que nós vimos foi um espetáculo de guerra de narrativas!
De um lado o Presidente da República focando na área econômica, minimizando a Pandemia, diferente das outras nações e do outro lado Governadores tomando medidas drásticas de isolamento social que certamente resultarão em fechamento de empresas e demissões em massa.
Quem está com a razão, os Governos Estaduais que estão focados apenas na questão sanitária tomando medidas restritivas idênticas aos países do Hemisfério Norte, apesar de termos perfil sociodemográfico, temperatura, geografia, habitação, etc. totalmente diferentes ou o Presidente que foca o seu discurso mais na área econômica, pois entende que os números do COVID-19 são parecidos com os números do Influenza comum.
Em 2019 tivemos 1.109 óbitos por influenza e até agora tivemos 92 óbitos por COVID-19, conforme documento de 29 de março da OMS. Esses números dariam mais razão para o Presidente, porém, as pesquisas de opinião mostram totalmente ao contrário. As pessoas entendem que as medidas restritivas são necessárias.
O Governo Federal fala na segunda onda da Pandemia, que será o resultado econômico desastroso que teremos para os próximos anos.
Se os números continuarem na tendência atual, antevejo que teremos uma nova guerra narrativas. Governadores defendendo que a Pandemia só foi controlada devido às medidas tomadas por eles e o Presidente confirmando que desde o começo estava com a razão.
Não sei que será o vitorioso dessa guerra, mas tenho certeza de quem serão os perdedores.
Primeiro a população que sofrerá sem dinheiro e sem emprego e que buscará por um culpado por sua situação.
Temo que os maiores alvos dessa revolta sejam os Prefeitos, Vereadores e Secretários Municipais de Saúde que ficaram em posição desconfortável diante das obrigações impostas pelos Governos Estaduais.
Culpá-los por acompanhar uma tendência estadual e mundial não será justo.

sexta-feira, 27 de março de 2020

Os Governos serão exemplares?



Pandemia e o isolamento social | Blog da Yvonne Maggie | G1

A pandemia do COVID-19 assusta o Brasil não pela sua letalidade, mas pelo seu potencial geométrico de transmissão e a necessidade de internação de cerca de 20% dos casos que apresentam sintomas mais graves.
Porém, enquanto a média mundial é de 3,2 leitos de UTI por 1.000 habitantes, no Brasil temos apenas 1,95. Como comparativo, a Itália que passa pela maior crise sanitária dos últimos 100 anos, tem 3,18 leitos de UTI por 1.000 habitantes e hoje passa pela difícil missão de escolher quem deverá viver ou morrer, ou seja, devido à falta de leitos, resta ao Brasil apenas uma solução para evitar o caos: o isolamento social.
O Governador João Doria decretou quarentena entre os dias 24 de março e 7 de abril, exigindo o fechamento de todas as empresas que não sejam de primeira necessidade e argumentou que mesmo essas empresas deveriam ter criatividade para passar por esse momento.
Ele deve saber que 99% das empresas do Brasil são micro e pequenas empresas e essas empregam 52% dos empregos formais e que ao final desse “vale de lágrimas” poucas restarão vivas.
Deve saber também que a falta de leitos é culpa exclusiva da falta de investimento dos governos Federal e Estaduais que jogam todos os problemas no colo dos prefeitos e prefeitas do Brasil.
Não sou contra as medidas restritivas, mas eu gostaria, sinceramente, de entender qual será o sacrifício realizado pelos governantes.
Um General é respeitado quando vai na frente de sua tropa, se expondo aos mesmos riscos de seus soldados. Porém, a atitude dos governos foi a de repassar a bola a população e aos empresários, ao invés de tomar medidas duras para canalizar investimentos à saúde pública.
A atitude que a população esperava em âmbito federal, por exemplo, era a de priorização da saúde pública acabando com excrescências brasileiras tais como a Justiça Eleitoral e Justiça do Trabalho que consumirão mais de R$ 30 bilhões em 2020, o que resultaria em mais de 150 mil leitos de UTI.
Ao Legislativo Federal, a população espera pelo fim do Fundo Partidário de mais de R$ 2 bilhões que resultaria em mais de 10 mil leitos de UTI.
Em âmbito estadual cabe perguntar ao Governador se há necessidade de tantos Órgãos, Entidades, Secretarias, Fundos e Empresas Públicas.
Pela atitude dos últimos dias de todos governantes percebemos que mais uma vez a população sofrerá e ainda pagará pelo seu sofrimento.

Coronavírus e a Política

Coronavírus: como a covid-19 acirrou guerra política entre EUA e ...


Nenhum país do mundo está imune a possíveis pandemias e a obrigação de técnicos e também dos políticos é de tentar resolver com a maior rapidez esse problema.
Entre tantas opiniões preferi dar atenção aos números para assim tentar tirar alguma conclusão que seja relevante.
Se analisarmos os dados do dia 14 de março dos países mais atingidos e também do Brasil podemos perceber que a letalidade aumenta conforme aumentam os casos de contágio. Isso parece óbvio, porém, Irã e Espanha tiveram o mesmo percentual de infectados da população (0,0157), mas o percentual de óbitos do Irã, até agora, é 6 vezes maior do que na Espanha.
Até o momento a letalidade do Coronavirus foi maior na Itália com 1.441 mortes para 21.157 casos, ou seja, 6,81%. Tentar imputar o drama italiano devido a idade média da população daquele país, não é 100% correto, pois a Alemanha, por exemplo, tem população com idade média mais alta que a Itália e a taxa de letalidade da Alemanha representa menos de 5% da italiana.
Apesar dos casos se concentrarem mais no hemisfério norte, não conseguimos provar que as baixas temperaturas estão causando mais estrago.
Na análise desses números e pela experiência que obtive atuando na Saúde Pública, tendo a acreditar que o número de óbitos está diretamente relacionado com a qualidade dos sistemas de saúde de cada país, seja na prevenção ou no cuidado.
Com a economia parando, menos impostos recolhidos e consequentemente, menos dinheiro para melhorar a saúde pública, será que os nossos políticos conseguiram se mostrar líderes?


Fonte: OMS (14.03.20), Análise: Marcelo Di Giuseppe

Analisando o Datafolha

Datafolha está fazendo pesquisa eleitoral em site no WhatsApp #boato


A Folha de SP realizou análise de 104 indicadores do primeiro ano de Governo de Jair Bolsonaro, cruzando dados do IBGE, INPE e entidades privadas e avaliou que em 58 deles, ou seja, 55,7%, tiveram resultados negativos em comparação ao ano anterior.
Existe na análise dados diretos que devemos confiar, tal como o valor do dólar que terminou o ano de 2019, 3,3% acima do valor do final do ano de 2018.
Se por um lado o dólar mais alto significa aumento das exportações, representa também o aumento de alguns produtos básicos, tais como o pão francês, devido a necessidade de importação de trigo.
Outros dados diretos, evidenciam sim que o governo teve algum recuo e por isso, mostra que as reformas tributárias e administrativas, além da redução da máquina pública são muito necessárias e urgentes.
Porém, chama a atenção dados correlacionados e pouco confiáveis para apontar negatividade do atual governo.
No tema Corrupção, por exemplo, a Folha cita que em 2018 a pesquisa Datafolha mostrava que 20% dos brasileiros entendiam que a corrupção era o maior problema do país e em 2019, esse percentual caiu para 8%.
A redução da preocupação dos brasileiros com a corrupção não é o problema em si, muito pelo contrário, pois da a entender que o país, apesar dos pesares, vem tomando atitudes contra a corrupção a ponto de outros temas serem mais indicados.
No mesmo tema Corrupção, a Folha aponta o Ranking Global feito pela ONG Transparência Internacional, onde o Brasil teve queda, mesmo passando por um ano sem ter casos de corrupção ligados ao Governo.
Outro ponto que chama a atenção é com relação a piora do tema Democracia. A Folha, a partir dos estudos do Datafolha, mostra que caiu de 69% pra 62% os brasileiros que apoiam a democracia como a melhor forma de governo. Acreditar que os brasileiros, após um ano de governo Bolsonaro preferem regimes ditatoriais, apenas por causa dessa variação, é pura ficção. A própria pesquisa mostra isso, quando afirma que o percentual daqueles que preferem um regime ditatorial, ficou estagnado em 12%.
O relacionamento da imprensa com o Governo nunca foi e nunca será bom, mas a imprensa perde cada vez mais a oportunidade de ficar acima de momentos históricos quando deixa de informar e analisar e passa a opinar de forma tendenciosa.

O Governo necessário

Seria o governo uma máfia? – Instituto Liberal


No último dia 7, o Ministro da Economia Paulo Guedes, em palestra na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas, declarou: “O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”.
A fala de Guedes foi tirada do contexto de sua defesa pela Reforma Administrativa, onde ele demonstrava que os servidores públicos tiveram aumentos salariais que chegam a 50% acima da inflação e que o Estado não tem mais condição de bancar o tamanho das folhas de pagamento seja na União, Estados ou Municípios.
Tentar deduzir que Guedes disse literalmente que todos os servidores públicos são parasitas é um exagero e certamente, se tomarmos o cuidado de conversar com muitos servidores de carreira para entender como eles enxergam o Estado como patrão teremos, além da reclamação dos baixos salários, a incapacidade do reconhecimento por parte dos Governos dos servidores que se esforçam para ter uma carreira mais brilhante, não há motivação para ser cada vez melhor, mais produtivo, pois o reconhecimento salarial não é colocado em discussão.
Boa parte dos servidores reclamam do número excessivo de outros servidores sem nenhum tipo de comprometimento, que acabam manchando a imagem dos servidores como um todo e também de alguns que recebem altos salários, pura e simplesmente, pela aproximação com aquele que possui a caneta no momento.
A reforma administrativa é necessária, mas temos que tomar cuidado ao pensar em acabar com a estabilidade do emprego dessa carreira, afinal, o Estado brasileiro poderá ter mudanças totais a cada 4 anos, colocando um novo grupo no poder, que sabendo que sua passagem pode ser curta, terá mais chances de trabalhar de forma desconexa com a realidade, mirando sempre nas eleições e mais propensos a atos de corrupção.
Por outro lado, termos estabilidade da forma que temos hoje, também abre caminho para os mesmos pecados, pois se não há motivação para ganhar mais por produtividade e qualidade do serviço prestado, e o ser humano tem seus egoísmos e vaidades, trabalhar de forma letárgica, sempre tentando a aproximação com o político mandatário do momento para tentar responder por um cargo com maior remuneração ou se corromper, não é um caso isolado.
Guedes não exagerou dizendo que o hospedeiro está morrendo, por isso, a Reforma Administrativa é urgente!

Bolsonaro continua firme

Governo: O que é? [Significado]. Sistema, Formas, Regimes de Governos.
Historicamente, existe uma linha de tendência em forma da letra “U” na avaliação de governos executivos de 1º mandato.
O primeiro ano, é de muita esperança por melhoras e também de resignação pela dificuldade do novo governo entregar resultados, e por isso costumam ter aprovação média mais favorável. No segundo e no terceiro ano, a aprovação dos governos iniciam uma tendência de queda, se os resultados, principalmente econômicos não se concretizam e, no quarto ano, um novo crescimento, com programas e comunicação que miram, principalmente, a reeleição.
Conforme a pesquisa CNT/MDA realizada entre os dias 15 e 18 de janeiro de 2020 e divulgada na semana passada, mostram um crescimento de 5 pontos percentuais da aprovação do Governo Jair Bolsonaro e redução de 8,5 pontos percentuais em sua desaprovação.
Esse é um dado que contraria o padrão histórico explicado anteriormente e, por isso, se faz necessário se aprofundar no estudo para tentar entender o que poderia ter gerado esse resultado positivo.
Notamos que o combate a corrupção e a economia são destacados como os dois principais temas com bom desempenho no primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro.
Estranhamente, nessa mesma semana, a Organização Não-Governamental Transparência Internacional, divulgou estudo piorando a nota brasileira em relação a percepção da corrupção no Brasil, ou seja, os dados da ONG são contrários ao sentimento positivo do povo brasileiro expressado na pesquisa MDA.
Outro ponto que gera algum tipo de discussão entre o real e a expectativa é com relação ao tema Segurança, pois após obter mais de 20% de redução no número de homicídios, a Segurança continua entre as maiores preocupações dos brasileiros, o que aponta a necessidade de mais resultados por parte do Governo Federal, além da redução dos índices nacionais.
O conjunto de resultados positivos apontados nesse estudo, acabam por refletir nos estudos eleitorais extemporâneos e desnecessários realizados nessa pesquisa.
Em um quadro onde todos os atores citados nesse estudo espontâneo são muito conhecidos dos eleitores brasileiros, a liderança de Bolsonaro que vive em constante ataque da imprensa e da oposição é um dado, sem dúvida, invejável.
Lula, seu grande opositor, fica muito abaixo do atual Presidente que ainda não conseguiu capitalizar os resultados econômicos e seus opositores rezando por tropeço maior.