sexta-feira, 1 de abril de 2022

E agora, João?

 

Acompanhando a trajetória de João Doria desde que assumiu a prefeitura da cidade de São Paulo em 1º de janeiro de 2017, me ponho a pensar:

E se Doria, contrariando sua promessa, não tivesse deixado o cargo em 07 de abril de 2018, cumprindo apenas 30% do seu mandato?

E se Doria fosse reeleito Prefeito de São Paulo e continuasse impondo o ritmo forte dos seus 15 meses de administração, mesmo com algumas polêmicas evitáveis?

E se Doria tivesse honrado o acordo firmado com Geraldo Alckmin e Marcio França apoiando-os incondicionalmente, o primeiro à Presidência da República e o segundo para Governador do Estado nas eleições de 2018, em troca do apadrinhamento recebido para vencer as prévias contra Andrea Matarazzo e Ricardo Tripoli, os preferidos dos quase 30 mil filiados do PSDB na capital paulista em 2016?

E se Doria em junho de 2019 tivesse sido mais educado com o Coronel da PM que mexia em seu celular enquanto o Governador discursava, evitando assim a antipatia dos profissionais da Segurança Pública?

E se Doria, depois de subir no palanque de Bolsonaro em 2018 e assumir o tal “Bolsodoria”, não tivesse antagonizado com o Presidente logo no início de 2019 deixando clara a sua vontade de se cacifar para as eleições de 2022?

E se Doria não tivesse buscado convencer o Ministro da Economia, Paulo Guedes, de sair do governo para assim tentar derrubar a credibilidade do Governo Bolsonaro?

E se Doria, durante a pandemia, não se tivesse se preocupado em ser o “pai da vacina” e apenas trabalhasse para que ela tivesse preço justo e a eficácia prometida?

E se Doria, nesse mesmo momento, tivesse evitado tamanha exposição, dando coletivas diárias de forma emotiva e atemorizadoras?

E se Doria, para ser o candidato do PSDB à Presidência da República em 2022, não tivesse feito de tudo para ganhar as prévias, se indispondo com vários personagens de relevância do PSDB?

Essas são apenas algumas questões que me vêm à cabeça quando penso nesse personagem político, pois lembro do seu surgimento, ainda em 2016, trazendo novos ares ao PSDB e a política brasileira, como por exemplo o discurso de modernização da gestão pública e agora vejo a possibilidade de ele estar, forçosamente, se afastando da política apenas 6 anos depois, deixando poucas lembranças positivas, angariando muitos inimigos e colocando um partido, que por um bom tempo foi o mais importante do país, em estado pré-falimentar.

Como técnico, me pergunto por que Doria teria tomado tantas decisões equivocadas, pois enquanto todas as nossas pesquisas apontavam para uma direção, estranhamente, ele caminhava convicto para o lado totalmente contrário!

Quais eram as fontes de informações para as suas decisões?

1.Ele tinha em suas mãos pesquisas malfeitas, genéricas ou que falavam o que ele queria ouvir?

2.Relatórios de redes sociais, que se embasam apenas em uma pequena e específica parte dos eleitores brasileiros?

3.Seguia apenas os seus instintos e desejos?

A partir de agora, fora do governo do Estado de São Paulo e vencedor das prévias do partido para concorrer à Presidência da República, Doria se tornou uma presa fácil para a vingança de todos aqueles que foram tirados de seu caminho.

Sinto um forte cheiro de traição ou ajuste de contas nos próximos meses quando deverá ocorrer a decisão final de quem será o candidato do partido em 2022.

Por isso, só me resta perguntar: E agora, João?


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