E
se Doria, contrariando sua promessa, não tivesse deixado o cargo em 07 de abril
de 2018, cumprindo apenas 30% do seu mandato?
E
se Doria fosse reeleito Prefeito de São Paulo e continuasse impondo o ritmo
forte dos seus 15 meses de administração, mesmo com algumas polêmicas evitáveis?
E
se Doria tivesse honrado o acordo firmado com Geraldo Alckmin e Marcio França apoiando-os
incondicionalmente, o primeiro à Presidência da República e o segundo para
Governador do Estado nas eleições de 2018, em troca do apadrinhamento recebido para
vencer as prévias contra Andrea Matarazzo e Ricardo Tripoli, os preferidos dos
quase 30 mil filiados do PSDB na capital paulista em 2016?
E
se Doria em junho de 2019 tivesse sido mais educado com o Coronel da PM que
mexia em seu celular enquanto o Governador discursava, evitando assim a
antipatia dos profissionais da Segurança Pública?
E
se Doria, depois de subir no palanque de Bolsonaro em 2018 e assumir o tal “Bolsodoria”,
não tivesse antagonizado com o Presidente logo no início de 2019 deixando clara
a sua vontade de se cacifar para as eleições de 2022?
E
se Doria não tivesse buscado convencer o Ministro da Economia, Paulo Guedes, de
sair do governo para assim tentar derrubar a credibilidade do Governo Bolsonaro?
E
se Doria, durante a pandemia, não se tivesse se preocupado em ser o “pai da
vacina” e apenas trabalhasse para que ela tivesse preço justo e a eficácia prometida?
E
se Doria, nesse mesmo momento, tivesse evitado tamanha exposição, dando coletivas
diárias de forma emotiva e atemorizadoras?
E
se Doria, para ser o candidato do PSDB à Presidência da República em 2022, não tivesse
feito de tudo para ganhar as prévias, se indispondo com vários personagens de
relevância do PSDB?
Essas
são apenas algumas questões que me vêm à cabeça quando penso nesse personagem
político, pois lembro do seu surgimento, ainda em 2016, trazendo novos ares ao
PSDB e a política brasileira, como por exemplo o discurso de modernização da
gestão pública e agora vejo a possibilidade de ele estar, forçosamente, se afastando
da política apenas 6 anos depois, deixando poucas lembranças positivas,
angariando muitos inimigos e colocando um partido, que por um bom tempo foi o
mais importante do país, em estado pré-falimentar.
Como
técnico, me pergunto por que Doria teria tomado tantas decisões equivocadas,
pois enquanto todas as nossas pesquisas apontavam para uma direção,
estranhamente, ele caminhava convicto para o lado totalmente contrário!
Quais
eram as fontes de informações para as suas decisões?
1.Ele
tinha em suas mãos pesquisas malfeitas, genéricas ou que falavam o que ele
queria ouvir?
2.Relatórios
de redes sociais, que se embasam apenas em uma pequena e específica parte dos
eleitores brasileiros?
3.Seguia
apenas os seus instintos e desejos?
A
partir de agora, fora do governo do Estado de São Paulo e vencedor das prévias do
partido para concorrer à Presidência da República, Doria se tornou uma presa
fácil para a vingança de todos aqueles que foram tirados de seu caminho.
Sinto
um forte cheiro de traição ou ajuste de contas nos próximos meses quando deverá
ocorrer a decisão final de quem será o candidato do partido em 2022.
Por
isso, só me resta perguntar: E agora, João?
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