Após o imbróglio envolvendo o
Presidente Bolsonaro e o seu partido o PSL, voltou à tona o tema Candidaturas
Independentes ou Avulsas.
A relação entre o Presidente e seu
partido, expõe o que há de pior na democracia claudicante do Brasil que é o
protagonismo das pessoas sobre as associações, o farto dinheiro dos partidos
políticos e a ausência de ideologia nos partidos.
A grande maioria dos eleitores
brasileiros votam nas pessoas! Para exemplificar minha afirmação cito os dados
de pesquisas que fizemos no sábado, dia 01 de outubro de 2016, ou seja, um dia
antes do 1º turno das últimas eleições municipais.
Quando perguntamos em que partido o
eleitor pretendia votar para Prefeito, a média de todos os estudos realizados,
não passava de 20%.
Ao perguntar em qual número o eleitor
pretendia votar para Prefeito, a média subia para pouco mais de 40%.
Porém, ao perguntar em quem, em qual
pessoa, em qual nome, o eleitor pretendia votar para Prefeito, 100% dos
eleitores se posicionavam.
Percebemos, portanto, que mesmo um dia
antes de um pleito eleitoral, os partidos e seus números têm relevância muito
menor que a pessoa dos candidatos.
Outro dado de nossas pesquisas que
demonstram a baixíssima representatividade partidária, se comprova quando
tentamos entender os partidos preferidos e rejeitados pelos eleitores.
70% dos eleitores dizem não ter NENHUM
partido como preferido e 60% dos eleitores rejeitam TODOS os partidos.
Por esses dados entendemos que
Bolsonaro foi e é maior do que o seu atual partido o PSL, porém, os deputados
eleitos pela onda bolsonarista do número 17, enviaram uma montanha de 500 milhões
de reais para esse partido até então desconhecido o transformando em grande,
pois na política, como na vida, manda quem tem o dinheiro.
Para tentar mudar esse atual cenário,
alguns políticos, imprensa e redes sociais começam a defender as candidaturas
avulsas, sem filiação partidária.
O Ministro do STF Luis Roberto Barroso,
que tem tendência de tomar decisões que agradam as militâncias e a imprensa,
convocou uma audiência pública para discutir esse tema.
Os argumentos a favor e contra as
candidaturas avulsas são ricos e na minha opinião, essa matéria pode passar
para agradar a ignorância estridente da maioria. Foi assim com o fim do financiamento
privado das campanhas, que hoje colhemos seus frutos podres.
Na minha opinião, a discussão deveria
girar em torno da redução dos poderes dos dirigentes partidários, prestações de
contas mais transparentes, o fim da eternização dos diretórios provisórios e o
fim do financiamento público dos partidos e das campanhas.
Bolsonaro é maior do que o PSL, mas
não é maior do que o Brasil!
Não é porque temos uma discussão
pontual, que criaremos mais um monstro para atormentar o nosso sono.
Parafraseando Ulisses Guimarães: Matar
um dinossauro é fácil, difícil é remover os seus destroços.
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