Na semana passada o meu comentário
aqui na Pan foi sobre o crescimento do Partido Novo entre os eleitores médios,
que representam a maioria dos eleitores do país, e que esse ar de renovação era
um dado muito positivo para o partido e para a política brasileira.
Boa parte dos partidos perceberam a
necessidade de realizar uma renovação de sua imagem. Porém, nossas pesquisas
mostram que até o momento, o processo cosmético de mudança nos nomes para dar o
ar de movimentos sociais ou da logomarca com cores mais vivas e alegres,
parecem não terem surtido efeito.
Apesar da elasticidade da moral da
sociedade brasileira, a principal mudança exigida pelos eleitores é a rejeição às
antigas práticas corruptas da política nacional.
Como é público e notório, todos os
partidos são formados por pessoas e que são passíveis de erros culposos ou
dolosos. Responsabilizar uma sigla, inanimada, pelo desvio de conduta de um ou
mais membros dessa sigla, é totalmente desconexo com a realidade, porém,
entendo que essa é uma medida, não de renovação, mas de sobrevivência para os
partidos brasileiros.
O MDB, criticado por sua participação
em quase todos os governos pós redemocratização e com o consequente envolvimento
com casos conhecidos de corrupção, foi além da exclusão do P de partido em sua
sigla e na última semana em reunião na região sul do país, mostrou estar
disposto a realizar um processo de assepsia moral no partido. A senadora Simone
Tebet do Mato Grosso do Sul indicou a direção que o partido pretende seguir,
com a possibilidade de expulsão de filiados que foram condenados em segunda
instância, conforme descrito no estatuto do partido. Essa ação representaria a
expulsão do senador alagoano Renan Calheiros, o que seria um troféu moral do
partido em sua renovação.
Já o PSDB, com a ascensão do
Governador João Doria e com a eleição do jovem político Marco Vinholi à
Presidência do PSDB paulista, busca por um novo posicionamento de sua imagem na
cabeça do eleitor.
Com a alcunha de o “Novo PSDB”, o
partido social-democrata ameaçou a expulsão do ex-governador de Minas Gerais,
Aécio Neves, acusado por vários crimes de corrupção, mas, também na última
semana, acabou recuando, o que poderá refletir em algum tipo de rejeição à
legenda nas próximas eleições.
Porém, nesse processo de tentativa de
mudança da imagem dos partidos, me causa estranhamento a inércia do Partido dos
Trabalhadores, o PT.
A insistência em não fazer um mea
culpa e não reconhecer os erros de alguns de seus membros, certamente custará muito
caro nas próximas eleições.
Nenhum partido consegue vencer uma
eleição tendo apenas votos dos seus filiados e simpatizantes.
Para conquistar a maioria dos eleitores,
os partidos deverão fazer algo mais, e o PT parece não ter percebido isso.
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