segunda-feira, 1 de abril de 2019

O Futuro do Emprego no Brasil

ANÁLISE DO DIA 01.04.2019

Fiquei muito assustado com a fila de pessoas buscando por emprego na semana passada no Vale do Anhangabaú em São Paulo.
Para piorar, na sexta-feira, saíram os dados do IBGE, onde 13 milhões (12,4%) de pessoas da população economicamente ativa está desempregada e quase 28 milhões estão subutilizados, ou seja, poderiam trabalhar por mais horas do que trabalham hoje em dia.
O desemprego é o efeito e para resolver o efeito, precisamos entender a causa.
No final de 2018 passou despercebido um relatório contundente do Fórum Econômico Mundial sobre empregos.
Ele demonstra que apesar do sentimento geral achar que as pessoas de menor grau de instrução sofrerão com o avanço da tecnologia, o que é a mais pura verdade, as pessoas de média instrução e que em sua maioria se situa na classe média da sociedade, serão os mais prejudicados.
São muitas as profissões atingidas, tais como: Analistas financeiros, contadores, auditores, estatísticos, administradores e até advogados, atualmente, carreiras com certa segurança, serão consideradas como “redundantes”.
Outro ponto que o relatório destaca é o crescimento rápido em direção a flexibilização do vínculo entre as empresas e as pessoas.
Todas essas medidas serão tomadas em busca de maior produtividade e manutenção dos preços de acordo com o mercado consumidor.
Importante lembrar que quem gera riqueza são as pessoas e as empresas. O Governo tem a obrigação de pensar em como não dificultar essa geração já que ele vive dos impostos das pessoas e das empresas e se esses perderem a sua capacidade de pagar impostos, o Governo quebra junto!
A questão aqui é entender onde o Brasil se situa e como ele está se preparando para o futuro.
Na minha opinião o Governo e os políticos fazem pouco para melhorar o ambiente de negócios. O Brasil ocupa a colocação 109º no estudo de ambiente de negócios, o Doing Business, que analisa 191 países ficando atrás de diversos países de pequena expressão mundial, tais como: Namíbia, na África ou Guatemala, na America!
Esse relatório estuda 10 variantes:
1.Resolução de Insolvência
2.Registro de Propriedades
3.Obtenção de Eletricidade
4.Proteção dos Investidores Minoritários
5.Comércio Internacional
6.Execução de Contratos
7.Pagamento de Impostos
8.Obtenção de Crédito
9.Obtenção de Alvarás de Construção
10.Abertura de Empresas
Para se ter uma ideia, entre os 191 países ocupamos a posição 184º no ranking quando a análise é sobre Pagamento de Impostos e 175º na obtenção de alvarás de construção!
Outro problema seríssimo é opção do Brasil em focar em cursos para carreiras que têm prazo de validade de curtíssimo prazo! Quem entra hoje na universidade, talvez, quando acabar o curso, não terá mercado de trabalho para ela.
Enquanto isso, as grandes potências estão focando em carreiras do futuro.
Quando surgiu o PROUNI em 2005, eu vaticinei: o Brasil iria substituir a mão de obra desqualificada com grau de instrução médio para o superior. Não errei! Hoje temos um número crescente de pessoas com diploma realizando serviços básicos!
Ou seja, o governo não faz nada para ajudar as pessoas! Pelo contrário: só atrapalha!
Quer ver uma diferença? O Governo Chinês moldou a estrutura da educação chinesa para que de lá surgisse pessoas competentes em robótica!
Sabe qual será o resultado até o ano de 2037? 93 milhões de empregos!
Claro que falamos de uma ditadura comunista onde um pequeno grupo decidi o que 1,4 bilhões de habitantes devem fazer! Mas aqui o MEC também tem esse poder ditatorial de obrigar as cidades a rezarem a sua cartilha.
O que me entristece é perceber que os políticos estão totalmente de costas para o Brasil e para aquelas pessoas que estavam sofrendo na fila no Vale do Anhangabaú.
Para terminar, me veio à cabeça o trecho da música “O homem também chora” do cantor e compositor cearense, Fagner:

Sem o seu trabalho/
o homem não tem honra/
e sem a sua honra/
se morre, se mata/
Não dá pra ser feliz/
Não dá pra ser feliz!

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